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Oração do dia
Meditação do diasegunda 13 Julho

...não vim trazer a paz, mas sim a espada.
Há uma expressão de Jesus, no Evangelho (...), que atrai sempre a nossa atenção e exige ser bem compreendida. Enquanto está a caminho de Jerusalém, onde o espera a morte de cruz, Cristo revela aos seus discípulos: "Julgais que Eu vim estabelecer a paz na terra?" (...). Quem conhece um pouco o Evangelho de Cristo, sabe que é mensagem de paz por excelência; o próprio Jesus, como escreve São Paulo, "é a nossa paz", morto e ressuscitado para derrubar o muro da inimizade e inaugurar o Reino de Deus que é amor, alegria e paz. Como se explicam então estas suas palavras? A que se refere o Senhor quando diz que veio trazer (...) a "espada"? Esta expressão de Cristo significa que a paz que Ele veio trazer não é sinônimo de simples ausência de conflitos. Ao contrário, a paz de Jesus é fruto de uma luta constante contra o mal. O confronto que Jesus está decidido a enfrentar não é contra homens ou poderes humanos, mas contra o inimigo de Deus e do homem, satanás. Quem quer resistir a este inimigo permanecendo fiel a Deus e ao bem deve necessariamente enfrentar incompreensões e às vezes verdadeiras perseguições. Por isso, quem deseja seguir Jesus e comprometer-se sem hesitações pela verdade deve saber que encontrará oposições e se tornará, infelizmente, sinal de divisão entre as pessoas, até no interior das suas próprias famílias. O amor aos pais é um mandamento sagrado, mas para ser vivido de modo autêntico nunca pode ser anteposto ao amor de Deus e de Cristo. Deste modo, seguindo as pegadas do Senhor Jesus, os cristãos tornam-se "instrumentos da sua paz", segundo a célebre expressão de São Francisco de Assis. Não de uma paz inconsistente e aparente, mas real, perseguida com coragem e tenacidade no compromisso quotidiano por vencer o mal com o bem e pagando pessoalmente o preço que ela exige. A Virgem Maria, Rainha da Paz, partilhou até ao martírio da alma a luta do seu Filho Jesus contra o maligno, e continua a partilhá-la até ao fim dos tempos. Invoquemos a sua proteção materna, para que nos ajude a ser sempre testemunhas da paz de Cristo, sem nunca descer a compromissos com o mal.
Papa Bento XVI
ngelus, 19 de agosto de 2007
Papa emérito da Igreja (2005-2013)

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