Feliciano de Foligno nasceu no Fórum Romano Flamínio, por volta do ano 160. De nobre família cristã, foi para Roma, na época do Papa Eleutério (174-189), e foi acolhido e instruído por um arquidiácono. Retornou para sua casa e após um período de evangelização foi eleito bispo por seus concidadãos e recebeu a ordenação episcopal, em Roma, do Papa Victor I.
Começou a pregar em vastas áreas da atual Úmbria e é preciso dizer que nem todas estas cidades foram dóceis à sua pregação evangélica. Foi eleito de consagrado arcebispo pelo próprio Papa e assim, pôde consagrar o diácono Valentim como bispo de Terni, sendo o primeiro dos bispos de toda a província dos Apeninos.
Segundo uma antiga “Passio”, e segundo os estudos de vários hagiógrafos de renome, após 56 anos de episcopado, aos 94 anos, Feliciano sofreu o martírio no dia 24 de janeiro de um ano entre 249 e 251, na perseguição promovida pelo imperador Décio (249-251), em Monte Rotondo, não muito longe do centro de Foligno.
Reza a lenda, que depois de ser torturado por muito tempo, Feliciano foi acorrentado a uma carruagem e arrastado por cavalos a galope, até a morte. Foi sepultado em Foligno, perto da Ponte de César, no rio Topino, no local onde mais tarde seria erguida a Catedral que leva o seu nome. Esta catedral pode ser considerada, com seus afrescos, o mais rico e verdadeiro centro iconográfico do santo bispo. Em seu interior ele é retratado em várias épocas, com suntuosos trajes de bispo e muitas vezes com furos nas mãos e nos pés. Nela também existem duas estátuas do santo, uma inteiramente em prata e bronze, do escultor Giovanni Battista Maini e outra, mais antiga, em madeira. A estátua de prata de Maini é exposta para veneração dos fiéis durante todo o ano, com exceção do período de janeiro.
O destino do corpo de Feliciano, porém, não é conhecido, já que posteriormente foi exumado e transferido para vários lugares da Europa.
Em 965 algumas de suas relíquias foram transferidas para Minden na Alemanha, que celebra em sua homenagem uma festa a 20 de outubro.