Santos irmãos Donaciano e Rogaciano

Donaciano e Rogaciano eram irmãos que viveram em Nantes, França, mas apenas Donaciano havia recebido o batismo e pregado a fé católica. Durante uma perseguição cuja data ainda está em discussão (sob Diocleciano ou Décio), Donaciano, ainda um adolescente, foi preso e jogado na prisão. O legado tentou conduzir Rogaciano ao culto aos ídolos, mas, não conseguindo, mandou jogá-lo na mesma prisão. Ansioso pelo batismo, ele pensou que um beijo de seu irmão o substituiria.
Ambos foram torturados algum tempo depois e mortos.
Depois do Edito de Milão, em 313, os corpos dos dois mártires foram colocados em uma igreja reconstruída várias vezes, que tem o título de Basílica menor, desde 1889, e foi confiada aos monges de São Martinho de Tours. Foi sem dúvida um destes monges quem compilou a passio destes mártires.
O conhecimento destes santos irmãos chegou até nós através de uma paixão do século V, elaborada cerca de um século após o martírio dos dois irmãos. Essa paixão retomou elementos tradicionais preservados na prática de uma peregrinação ao túmulo dos mártires. Assim, de acordo com o próprio Duchesne, o núcleo parece completamente autêntico.
Tempos depois a custódia das relíquias foi passada aos monges de São Bento sobre o Loire, seguida pelos monges de São Medardo de Soissons no séc. VIII, de Déols no séc. XI. Finalmente, a custódia foi assegurada pelo clero diocesano, especialmente por monges, que no século XIX, estavam sob a direção de Dom Guéranger.
A festa solene dos dois mártires é celebrada em Nantes no quarto domingo após a Páscoa e as relíquias são transportadas em procissão. Antes da Revolução, era celebrado em 24 de maio, data em que Donaciano e Rogaciano aparecem no Martirológio Jeronimiano e no Martirológio Romano, e era dia de preceito. A festa da transladação das relíquias é no dia 21 de outubro.
Todas as dioceses da Bretanha e os outros países evangelizados pelos bretões, como o Canadá, têm locais de culto dedicados aos “filhos de Nantes”.