Bem-aventurado Jorge Hafner

Jorge Hafner nasceu em Würzburg em 1900. Ao final da Primeira Guerra Mundial, depois de ter prestado o serviço militar como ajudante, iniciou os estudos na área da Teologia; mais tarde entrou na Ordem Terceira do Monte Carmelo. Foi ordenado presbítero em 1924, e sua atividade pastoral coincidiu justamente com a ascensão do nacional-socialismo. Inevitavelmente, seu zelo pastoral o colocou em rota de colisão com os militantes do partido nacional-socialista. Apesar de ser um ótimo padre, o contexto histórico e político o tornou aos olhos desses militantes nazistas uma espécie de “inimigo número 1”. É assim que, em 1941, Padre Jorge é enviado para o campo de concentração de Dachau. Como era o costume desses campos, assim que chega, perde seu nome e é tatuado com o número 28876. É recebido brutalmente pelos guardas, que lhe desferem golpes no rosto e pontapés em seu corpo, quando cai no chão extenuado pelos golpes. Testemunhas dizem que uma poça de sangue se formara onde ele havia caído. Resistiu durante um ano inteiro; mas a fome, as doenças e o rigor do inverno acabariam por ceifar sua vida. Padre Jorge, antes de cair morto, na mais absoluta solidão, apesar do tratamento brutal que recebera na prisão, chegou a dar uma declaração comovente: “a comodidade, a força e tudo o que necessitamos, o encontramos na oração e na devoção à Deus. Não queremos nem condenar um ser humano, nem cultivar rancor em relação a quem quer que seja; queremos, na verdade, ser bons para com todos”.