A ferida do coração
Sim, festa, festa do Coração, do amor, da confiança, da esperança. Dia de “tirareis água com alegria das fontes da salvação”. É teu dia, meu Senhor; um dia sem ocaso, sem noite. Bendito seja o teu amor que foi derramado pela ferida do teu Coração. Água que purifica, sangue que santifica. Teus méritos, teu amor por nos tornar teus. Eu sou tua para sempre, sempre. Dou-te toda a minha vontade e faze-a tua para que sempre eu seja tua. Não me preocupo com o exílio, não me importo em chegar logo à pátria da vida eterna. Só me pedes para ser tua aqui, no exílio, para beber o seu sangue de salvação, de alegria. Que alegria? Amar-te, sofrer por ti e contigo, e amar-te como tu queres que eu te ame: mansa e humilde de coração. Deixa-me beber do teu Coração. Deixa-me viver em teu Coração. Mansidão e humildade: a que brota do seu Coração é uma mansidão e uma humildade viva e que dá vida em todos os sentidos. Bebendo dessas águas, o amor que jorra do teu Coração ferido, desaparecem as pequenas coisas humanas, os pedestais de fumaça. Posições de honra, tratamento de primazia, direitos de domínio etc., são vencidos diante do amor transbordante e supremo de teu Amor. Tudo é “serviço” por tua vontade para o bem de todos aqueles que nos rodeiam dentro do plano divino, teu plano de amor que nos abriga sob o teu Coração.
Venerável María Félix Torres
Escritos de conciencia, 10 de junho de 1994.
Religiosa espanhola, fundadora da Companhia
do Salvador e dos Colégios Mater Salvatoris (1907-2001)