Tomás Becket nasceu em dezembro de 1118, em Londres, Inglaterra, filho de Gilbert de Thierceville e Rosea ou Matilda de Caen. Desde os 10 anos de idade, Tomás recebeu excelente educação no Priorado de Merton e depois em Paris Bolonha e Auxerre. Cresceu na Corte real inglesa, lado a lado com príncipe herdeiro, Henrique III. Foi um dos jovens que compunham a comitiva do príncipe e um de seus amigos mais íntimos. Ele e o príncipe compartilharam a adolescência e a juventude. Quando Henrique III foi corado, a amizade dos dois ainda teve continuidade, pois o rei o nomeou seu chanceler.
Em determinada fase de sua vida Tomás começou a se interessar pela vida religiosa. Começou a estudar a doutrina cristã e tornou-se amigo do arcebispo de Londres, Teobaldo de Canterbury. Seguindo as orientações do arcebispo, Tomás Becket foi se aprofundando na fé até receber a ordem do diaconato, passando a ser arcediácono do arcebispo.
Quando Dom Teobaldo faleceu, o papa permitiu que o rei de escolhesse o novo arcebispo. Henrique III nomeou o amigo para o cargo.
Tomás Becket recebeu a ordenação sacerdotal em 1162 e, no dia seguinte, a sagração como bispo de Canterbury. Logo, porém, começou a ter problemas com o rei. Primeiramente porque Henrique III publicou um conjunto de leis que chamou de “Constituições de Clarendon”. Essas leis davam direitos abusivos ao rei, e pretendiam reduzir a Igreja a um pequeno departamento do Estado da Inglaterra. Dom Tomás zeloso dos assuntos da Igreja e dos direitos de Deus, foi frontalmente contra. O rei, então, passou de amigo a perseguidor e a perseguição fez com que se exilasse na França.
Permaneceu no exílio durante seis anos. Só conseguiu voltar para a sua diocese na Inglaterra quando o papa Alexandre III estabeleceu acordo de paz com Henrique III. Ao chegar novamente à sua diocese, Dom Tomás Becket foi aclamado pelo povo. Ele sabia muito bem que aquela paz era frágil. Tanto que afirmou a todos: “Voltei para morrer no meio de vós”. Seu primeiro ato depois de retornar à diocese foi destituir todos os bispos que tinham cedido aos caprichos do rei. Nesse momento, a paz, que já era frágil, desapareceu.
Quando Henrique III ficou sabendo da destituição dos bispos, mandou matar Tomás Becket. Foi avisado da intenção do rei, mas preferiu não fugir outra vez. E respondeu com uma frase que ficou gravada na história: “O medo da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça”. Assim, entrou em oração, vestiu os sagrados paramentos e ficou à espera de seus assassinos dentro da catedral. Quatro cavaleiros chegaram e o apunhalaram na catedral. Era o dia 29 de dezembro de 1170.
Sua canonização aconteceu em 1173, apenas três anos após seu martírio, sendo instituída pelo Papa Alexandre III.