Santos Protomártires da Igreja de Roma

A celebração de hoje se refere aos primeiros mártires da Igreja de Roma, que foram vitimados pela perseguição de Nero. Essa perseguição teria sido motivada pelo incêndio de Roma, ocorrido por volta do ano 64. Assim nos refere um autor da época, o romano pagão Cornélio Tácito no XV livro da sua obra intitulada Annales: “Haja vista que circulassem rumores que o incêndio de Roma fora doloso, Nero apresentou como culpados – e punindo-os com penas severíssimas – aqueles que, odiados pelas suas abominações, eram chamados pelo povo de ‘cristãos’”. A ferocidade que se abateu sobre os ‘presumíveis” incendiários, foi terrível. Há narrações de cristãos crucificados e, besuntados de piche, postos a arder sobre a cruz, servindo de tochas humanas para iluminar os caminhos do jardim da colina Ópia; outros relatos falam de mulheres e crianças cristãs revestidas com peles de animais e trucidados por bestas ferozes na arena do circo romano. Dizia-se que o horror havia sido tamanho, que o próprio povo romano, ao perceber que a crueldade servia apenas a satisfação de um indivíduo – o imperador Nero –  apresentou um sentido de horror e piedade para com os mártires cristãos. Apesar de toda a violência e a matança, revelou-se verdadeiro o célebre ditado: “o sangue dos mártires é sementeira de novos cristãos”. De fato, como se sabe, a comunidade cristã romana não só sobreviveu, como tornou-se forte e luminosa para todas as demais igrejas.