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Santa Doroteia de Montau

Leiga viúva (†1394)

CROSS

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Doroteia nasceu em 6 de fevereiro de 1347, em Groß Montau, a oeste de Malbork, Prússia, na família de um rico fazendeiro holandês, Willem Swarte (Schwartze). As antigas biografias nos dizem que desde muito jovem ela mortificava seu corpo e que recebera os estigmas de forma invisível, cuja dor ela mantinha às escondidas.
Casou-se aos dezesseis ou dezessete anos, na cidade de Gdansk (Polônia), com um homem maduro, Adalberto de Danzigue, fabricante de espadas. Alberto era um homem de temperamento violento, de modo que sua esposa sofreu muito durante os vinte e cinco anos de seu casamento. Mas, pouco a pouco, com sua bondade e coragem, Doroteia conseguiu abrandar o marido e, em 1384, convenceu-o a fazer uma peregrinação a Aachen. Ambos fizeram peregrinações também a Colônia, Einsiedeln e outros santuários. Quando planejavam uma peregrinação a Roma Alberto adoeceu. Doroteia, com a permissão do marido, partiu só. Durante esta viagem, Adalberto morreu (1390) antes de seu retorno. Dos seus nove filhos morreram oito, quatro na infância durante a peste. Apenas uma menina sobreviveu, Gertrude, e tornou-se monja beneditina, em Colônia.
Doroteia, sozinha, profundamente transtornada, no verão de 1391, mudou-se para Marienwerder. Lá ela conheceu seu diretor espiritual, John de Marienwerder (1343-1417), da Ordem Teutônica, professor em Praga. Era um sábio teólogo e, percebendo a grandeza espiritual da penitente, começou em 1392 a transcrever suas visões e seus ensinamentos.
No dia 02 de maio de 1393, com a permissão do convento e da Ordem Teutônica, Doroteia se retirou como reclusa em um quarto perto da catedral, comungando todos os dias, o que naqueles dias era excepcional. Com o exemplo, ela instruía espiritualmente aqueles que iam visitá-la e pôde ajudar em várias conversões. Nunca frequentou uma escola, mas tinha uma boa base cultural, graças às suas viagens e contatos com eclesiásticos eminentes. Além da Ordem Teutônica, era próxima da espiritualidade dominicana e a tinha como modelo.
Graças à intuição do confessor, entre 1395 e 1404, foram compostos vários trabalhos. Dois “vitae” de Bollandisti (um não publicado) e o “Septililium” foram publicados, nos quais os carismas de seu misticismo foram apresentados como extraordinárias efusões do Espírito Santo. Há sete graças recebidas de Deus: “de caritate”, “de Spiritus Sanctus”, “de Eucharistia”, “de contemplatione”, “de raptu”, “de perfectione vitae christianae”, “de confessione”. Depois, há o “Liber de festis”, no qual as visões são relatadas de acordo com as recorrências litúrgicas. A doutrina de Doroteia propõe renovar o homem através de três caminhos: remover o pecado que tirou do homem a semelhança de Deus, tornando-o semelhante aos animais, purificar-se pela humildade e penitências que fazem crescer as virtudes teológicas e morais, participação na Paixão de Cristo, dedicação aos pobres, desejo pela Eucaristia. Através de uma longa jornada de autonegação, a alma é subsequentemente, de forma gradual, transformada pelo Espírito Santo. O estágio final é o estágio “unitivo”, que começa com a renovação do coração. Jesus fala a Doroteia, contrastando seus pecados com a beatitude celestial, trazendo-a ao matrimônio espiritual com Deus; a alma sente a presença e a vontade divina, vivendo em sua constante uniformidade, como em uma morada, recebendo virtudes, dons, bem-aventuranças, frutos. É a perfeição cristã, que só pode ser alcançada com a graça do Senhor.
Doroteia morreu em Marienwerder em 25 de junho de 1394 e foi imediatamente venerada como santa e padroeira da Prússia. Suas relíquias foram perdidas durante a Reforma Protestante. Ela é representada com o livro da revelação em sua mão, o rosário e cinco flechas, os estigmas. Sua espiritualidade foi comparada à de Santa Brígida e Santa Catarina de Sena.
O processo formal de canonização, no entanto, parou em 1404 e não foi retomado até 1955. A canonização foi confirmada em 09 de janeiro de 1976 pelo Papa São Paulo VI.

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