Bem-aventurada Carmen Godoy Calvache de Colomina

Nascida em Adra, província de Almería, Espanha, Carmen Godoy veio ao mundo no dia 12 de dezembro de 1888. Viveu uma infância e uma juventude relativamente tranquilas no seio de uma família religiosa. Quando tinha 28 anos, sua irmã antes de morrer, lhe fez jurar que se casaria com seu marido caso morresse. De fato, no dia 16 de janeiro de 1916, Carmen casou-se com Antônio Maria Colomina Bignati: com ele teve quatro filhos. Quando estava grávida de seu filho mais novo, seu marido faleceu. Assim, com apenas 37 anos, Carmen Godoy tornou-se viúva. Nessa situação, ela foi viver com sua tia Emília e procurou dar uma esmerada educação católica aos seus filhos. Nesse período, frequentava com assiduidade a igreja local e dava um grande testemunho de caridade, ajudando os pobres e procurando o dinheiro necessário para a restauração da igreja paroquial, que havia sido queimada pouco antes por revoltosos. Toda essa atividade de Carmen, do momento em que toda a Espanha estava submetida aos horrores da guerra civil, não pôde passar despercebida pelas autoridades revolucionárias. Diante da perseguição, ela consegue escapar para Madrid, mas em agosto de 1936 foi encarcerada. Depois de algum tempo, foi expedida para sua cidade natal e aí foi obrigada a permanecer em prisão domiciliar: os guardas a mantiveram num estado de tortura para que ela pudesse entregar mais nomes de cristãos engajados: davam-lhe de beber apenas urina e não lhe permitiam fazer sua higiene pessoal. Diante da provação, Carmen si limitava a dizer que estava pronta para a eternidade, mantendo-se firme e não entregando lista alguma aos perseguidores. Passou por esse suplício durante quatro meses e durante esse tempo, sofreu também com a violência física, sendo estuprada e espancada com violência por diversas vezes – no auge da violência física, os soldados chegaram a lhe cortar um seio. Finalmente, na noite entre 31 de dezembro e 1 de janeiro foi levada para ser morta: com uma enxada golpearam sua cabeça e foi sepultada viva: tinha apenas 49 anos. Carmen foi incluída na lista de 115 pessoas martirizadas apresentada pela diocese de Almería: todos foram beatificados no dia 25 de março de 2017 pelo Papa Francisco.