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Santo Otão

Eremita († c. 1120)

TURIN,

Adriano Ricco | Shutterstock

Segundo a tradição Otão nasceu em Roma, por volta de 1040, e descendia de uma família de nobres. Por volta de 1058/1060, Otão teve de partir, como outros jovens de sua região, em algumas expedições militares, talvez em favor do Papa. Em uma delas, Otão foi capturado por seus oponentes e feito prisioneiro. Por divina intervenção foi libertado da prisão, por intercessão de São Leonardo de Limoges, e voltou a Roma. De lá, partiu em peregrinação para visitar devotamente vários santuários cristãos em diversas regiões do mundo. As peregrinações duraram quase 50 anos. Acredita-se que durante todos estes anos Otão tenha assumido o hábito da Ordem Beneditina e que tenha vivido por algum tempo na Abadia da Santíssima Trindade, em Cava dei Tirreni, no sul da Itália, e que tenha visitado São Guilherme de Vercelli em Montevergine.
Depois de uma longa peregrinação, o santo chegou à cidade de Ariano Irpino, por volta de 1117. Ali Otão dirigiu por três anos uma hospedaria para peregrinos, que ele mesmo havia fundado, dando exemplos de caridade, até que decidiu se retirar para uma vida eremítica, a quase um quilômetro da cidade, na igreja de São Pedro Apóstolo, ainda hoje existente e denominada São Pedro dos Reclusos.
Uma pequena cela foi construída ao lado da igreja e ali ele ficou recluso. Neste lugar Santo Otão realizou muitos milagres. Em sua ermida, o santo aumentou a austeridade, prolongou sua vigília de orações, reduziu a alimentação e aumentou as penitências. Na pequena cela ele cavou um buraco, como uma espécie de sepulcro, para se lembrar da morte, como um aviso para viver santamente.
Faleceu em 1127, após sete anos de eremitério. Assim que os habitantes da cidade souberam da morte do santo, foram até sua cela, colocaram seu corpo em uma carruagem e o levaram em procissão até a catedral, onde o bispo da cidade o depositou num lugar de honra.
O culto de veneração dos fiéis a Santo Otão começou muito cedo. Certamente, porém, ele já deveria existir quando eles, para proteger o corpo do santo dos ataques sarracenos, o transferiram para Benevento. Isso deve ter acontecido em 1220, sob Frederico II, quando os sarracenos eram uma ameaça real nas Apúlias e cercanias.
Dentre os prodígios operados pelo santo após a sua morte, a tradição transmite aquele que aconteceu entre os anos 1175-1190 quando, em defesa da cidade, uma chuva de pedras caiu do céu por intercessão de Santo Otão, que apareceu nas nuvens, repelindo os sarracenos que faziam um cerco nas muralhas da cidade. Em memória desse acontecimento, foi construída a igreja de Santa Maria della Ferma.
Ficou muito conhecida a oração que os arianeses compuseram, em 1528, a Santo Otão para se libertarem de uma epidemia. Diz outra tradição, que a cidade de Ariano Irpino fora salva ou preservada de uma epidemia por intercessão do santo. Ainda nessa cidade, os principais centros de culto ao santo são a capela de Santo Otão, a principal dentro da catedral, e a antiga igreja de São Pedro dos Reclusos. Também na catedral está a estátua do santo, colocada em 1502 pelo então bispo Nicola degli Ippoliti. No nicho, localizado acima da porta direita da fachada da catedral está a estáuta e a inscrição latina: “Assurgas quicumqe potes spectare figuram nam pater est urbis nomine divus otho” (Quem quiser ver sua imagem, ponha-se de pé, porque o padroeiro da cidade se chama Otão).
Em Ariano Irpino o santo é celebrado solenemente no dia 23 de março e na oitava da Festa da Ascensão.

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