São Gens

A revisão mais antiga das Atas dos Mártires conta que Gens, foi trabalhar num tribunal ainda muito jovem, aonde exerceu a função de notário.
Quando foi decretada a perseguição aos cristãos, ele recusou-se a transcrever um edito contra os cristãos deixando, de repente, seu trabalho e fugindo para esconder-se de seus perseguidores. Sendo catecúmeno, pediu apressadamente o batismo ao bispo, mas este não pôde ministrá-lo. Em sua fuga, foi surpreendido pelos perseguidores, perto do rio Ródano. Cruzou então, a nado o rio, mas, na outra margem, foi capturado e morto.
Os fiéis preservaram a memória do local onde morreu o mártir, em que seus vestígios foram encontrados, e transportaram os seus restos mortais de volta para a outra margem.
Segundo o testemunho de alguns manuscritos, sua passio foi composta “nas memórias do bispo São Paulino”. Já se acreditou que ele poderia se identificar com o bispo de Nola ou com o bispo de Béziersca.
Outro texto de igual valor biográfico é um sermão sobre o mártir, atribuído a certo Euselius de Gália. Recentemente, porém, provou-se que a passio mencionada acima é posterior a ele e, portanto, não pode ser atribuída a nenhum dos dois “Paulinos” indicados acima. No que diz respeito ao bispo de Nola, em particular, parece que não encontramos no texto da passio algumas das características dele como hagiógrafo ou as sutilezas de sua prosa. Finalmente, uma reconstrução posterior não acrescenta nada às notícias sobre o mártir.
Em todo caso, deve-se aceitar o testemunho do hagiógrafo, que afirma ter escrito a tradição oral e a ter reproduzido fielmente.