O regime comunista chinês paga cidadãos para denunciarem cristãos e outras minorias religiosas consideradas "ilegais", o que se aplica a todos os que abraçam uma fé religiosa que não esteja previamente censurada e aprovada pelo governo ditatorial de Pequim.
As informações foram publicadas pelo site China Christian Daily. Segundo a matéria, o partido comunista determinou que os cidadãos se espionem mutuamente e delatem toda "atividade religiosa ilegal". Inicialmente implantada em áreas do nordeste da China, a medida recompensa cada denúncia comprovada em até 150 dólares. É o que está ocorrendo, por exemplo, na cidade de Qiqihar, na província de Heilongjiang, cuja administração chegou a publicar um documento intitulado "Sistema de Recompensa para Denúncias de Crimes de Atividades Religiosas Ilegais".
O objetivo declarado é o de "fortalecer o controle das atividades religiosas ilegais no distrito, prevenir qualquer contágio por covid-19 resultante de reuniões religiosas, mobilizar o público para se engajar na prevenção e repressão de atividades religiosas ilegais e garantir um ambiente harmonioso e estável para o cenário religioso".
Não se trata de nenhuma novidade num regime ditatorial de extremo controle da população, como é o caso do sistema comunista. Na falida União Soviética, a delação entre cidadãos também era fortemente incentivada. Na China sob controle do Partido Comunista, esse mesmo tipo de prática vem sendo denunciado há tempos por organismos internacionais de defesa dos direitos humanos. Há registros de sistemas semelhantes de recompensa por delação de práticas religiosas em cidades e províncias como Fujian, Guangxi, Henan, Hebei e Liaoning.
Segundo a organização Christian Concern, que monitora a perseguição religiosa contra os cristãos no mundo todo, "é evidente que as igrejas domésticas estão sendo suprimidas" na China.
O regime de Pequim impõe aos católicos locais que se filiem à assim chamada Associação Católica Patriótica Chinesa, que, apesar do nome, nada tem de católica. É uma entidade criada pelo próprio governo, sem qualquer vínculo com a Santa Sé, visando controlar os católicos e impedir a sua obediência ao Papa.