O líder cristão cubano Eduardo Cardet, coordenador nacional do Movimento Cristão Libertação (MCL), denunciou que os cidadãos cubanos continuam nas ruas do país pedindo liberdade, mas a mídia internacional se mantém majoritariamente em silêncio quanto aos protestos.
"Ganha mais forma a cada dia a reivindicação legítima do povo cubano. O que nós realmente precisamos é de uma mudança radical, uma mudança de regime, em que as liberdades e os direitos sejam respeitados".
Falando à agência de notícias ACI Prensa, Cardet afirmou que "a situação atual é muito difícil em todos os sentidos" na ilha, onde as pessoas "estão fazendo todo o possível para sobreviver".
"Os panelaços continuam. Nós os chamamos de 'sinos da liberdade', porque este é o verdadeiro significado do som da panela".
Segundo o líder cristão, que vive em Holguín, a população está exigindo liberdade para "acabar com o círculo vicioso de mais miséria, mais repressão, mais incerteza, mais desesperança, e poder recomeçar, poder renascer como uma nação livre e próspera".
Os protestos cubanos por liberdade explodiram com força em 2021, mas foram brutalmente reprimidos pelo regime. Ainda assim, continuaram ocorrendo com diversos picos de intensidade - assim como a repressão. Entre agosto e outubro, 162 pessoas foram presas por terem participado de manifestações. Em setembro, os protestos tiveram novo pico após a passagem do furacão Ian, que piorou a crise no fornecimento de energia elétrica.
Além das constantes quedas de luz, os cubanos enfrentam agora uma drástica escassez de farinha de trigo, o que agravou o já sério problema de desabastecimento nas padarias - e, nas igrejas, vem causando falta de hóstias para a Sagrada Comunhão.
A resposta do regime cubano tem sido ameaçar com a cadeia os cidadãos que exigem seus direitos.