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Aparecidas… muito parecidas

Guadalupe y Juan Diego – pt

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A12 - publicado em 16/10/13

Os Santuários maravilhosos de Guadalupe e de Aparecida revelam o rosto materno de Deus que quer salvar a todos

Por Pe. Ângelo Licati, C.Ss.R., missionário redentorista

A festa grande que empolga o povo brasileiro, no mês de outubro, é a de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. O Brasil, e o povo brasileiro, reconhecido e agradecido presta homenagem à Mãe de Deus, solenemente proclamada e coroada como Rainha do Brasil, em 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas. Depois de várias datas, a festa foi fixada, definitivamente para o dia 12 de outubro.

Antes de um comentário maior sobre a festa brasileira, citemos outra data importante dedicada a Maria: 12 de dezembro, festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira Principal da América Latina. Coincidência ou não, as duas festas recordam a "Aparecida", uma Mulher tão presente na vida do povo, que se transfigura e se assemelha ao povo amado. As circunstâncias de tempo e lugar, de costumes e tradições foram diferentes, mas a dinâmica fundamental foi o amor e a compaixão para com seus filhos escravizados.

Com efeito, em Guadalupe, Maria se revela aos indígenas, sofridos, humilhados e destruídos pela cruel colonização espanhola. Num gesto materno, aparece entre flores e gorjeios de pássaros ao catecúmeno Juan Diego. E, depois, para confirmar a veracidade da mensagem ao bispo diocesano, um avental cheio de rosas brancas se transforma numa estampa maravilhosa, que até hoje desafia a inteligência dos estudiosos. Maria se apresenta na cor bronzeada e revestida com as vestes típicas de seu povo. Mas, a humildade do seu aparecimento se transforma num templo maravilhoso, que chama a atenção do mundo.

No hemisfério sul, a mais de 10.000 quilômetros de distância, nas redes rudes de três humildes pescadores, a mesma Senhora "Aparece" – resgatada das águas escuras do Rio Paraíba. Ela aparece degolada, na cor negra, de mãos postas em oração: assumiu a dor de seu povo.

No México havia a opressão e a destruição de um povo, e de uma cultura milenar, em nome de uma pseudoevangelização. No Brasil, em nome de uma falsa colonização, milhares de seres humanos eram escravizados. Tanto lá, como cá, em nome de uma falsa evangelização, a honra e a dignidade da pessoa humana eram destruídas. Esta situação de injustiça e opressão magoava o coração de Deus, que é Pai, dos índios e dos negros escravizados. Por isso, o Verbo Eterno se humanizou: assumiu a condição de pobre e mortal, para despertar em nós a confiança e a certeza de que somos amados por Deus.

Maria é o retrato do rosto misericordioso de Deus. Por isso, Ela se transfigura e se encarna na vida e nas condições concretas de seus filhos, para despertar neles a alegria de viver, e a esperança da salvação eterna. Os Santuários maravilhosos de Guadalupe e de Aparecida revelam o rosto materno de Deus que quer salvar a todos. Tão parecidos um com o outro, com a mesma missão de serem cidades de refúgio e templos da misericórdia e do acolhimento, proclamam as glórias e o amor das "Aparecidas", que de tão parecidas, são a mesma Mãe de Jesus, e nossa Mãe querida. Mãe Aparecida, rogai por nós!

(Publicado em A12)

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