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Os possuídos são apenas pessoas com problemas mentais?

The Last Exorcism – pt

The Last Exorcism (2010)

SIAME - publicado em 14/07/14

O demônio é simplesmente a maldade humana, ou é um ser pessoal?

Um professor nos assegurou que o demônio não existia.

Esse professor era especialista na Bíblia e dava aulas extraordinárias. Tinha um grande conhecimento e enorme carisma. Ele nos ensinou a amar a Palavra de Deus, mas insistia em que, quando a Bíblia falava de pessoas possuídas pelo demônio, referi-a a gente com doenças psíquicas. Segundo esse professor, a Bíblia usava a imagem do demônio para falar da maldade humana.

Esse especialista afirmava que tomar ao pé da letra os textos bíblicos sobre o diabo era algo ridículo e fora de moda, uma ideia superada. Muitos alunos, talvez querendo se sentir avançados, aceitaram a afirmação sem questioná-la.

Outros de nós, em contrapartida, começamos a procurar as passagens bíblicas que mencionavam o demônio em um contexto que era impossível interpretar que se tratava apenas do “mal” visto de forma abstrata. Era muito claro que se referiam a um ser pessoal  (cf. Mc 1,34; 5, 1-20; Lc 4, 33-35).

De forma que, para acabar com as dúvidas, fizemos o que sempre se deve fazer em casos assim: consultar o que diz o Catecismo da Igreja Católica.

As verdades básicas da fé católica não podem depender da opinião pessoal de cada um, do que cada um entenda como lógico ou fácil de crer. Uma das razões pelas quais Jesus fundou a Igreja foi para que houvesse autoridade competente que pudesse ensinar os fieis sem erro, tarefa para a qual prometeu enviar o Espírito Santo, que a guiaria na verdade. Por isso, como católicos, não podemos nos conformar com tudo que um professor ensina, por mais simpático ou convincente que ele seja, sem antes verificar se o seu ensinamento coincide com o Magistério da Igreja. E, neste caso, lamentavelmente, não coincidia.

O Catecismo diz que o Diabo, ou Satanás, é um anjo decaído, uma criatura que livremente optou por se tornar inimiga de Deus (cf. n. 391 do Catecismo).

Dessa forma, não cabe interpretar que, quando a Bíblia fala do demônio, refira-se apenas à maldade que existe no coração humano. Quando fala do demônio, a Bíblia fala de um ser pessoal, espiritual.

O Catecismo afirma que Satanás é poderoso por ser espírito puro, atua no mundo por ódio contra Deus, e pode causar graves danos, de natureza espiritual e inclusive física (cf. n. 395 do Catecismo).

Fica claro que o diabo existe. Negar a sua existência não é só uma heresia que contradiz o ensinamento da Igreja, mas leva ao risco espiritual de considerar que não há perigo em participar de práticas de ocultismo ou rituais satânicos. Sim, existe perigo! Mas hoje muitos jovens recorrem a essas práticas, talvez buscando apenas tirar sarro ou sondar poderes ocultos. Mas, sem saber, eles entram em um terreno perigoso, o terreno do inimigo de Deus.

Quem negocia com o demônio, quem abre as portas para ele, quem se coloca voluntariamente sob a influência da “mentirosa sedução que induziu o homem a desobedecer a Deus” (Catecismo, n. 394), pode perder sua salvação; coloca sua alma em grave risco de condenação.

É importante conhecer o perigo que se corre, mas conhecer também com sair disso. O Catecismo afirma que Satanás não tem poder infinito nem pode impedir a edificação do Reino de Deus (cf. n.395), e que Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo (1Jo 3, 8) .

Assim, para não cair nas garras do Maligno, é preciso fazer duas coisas:

Em primeiro lugar, não pensar que o demônio não existe, isso é uma falsidade promovida por ele mesmo (não é à toa que Jesus o chamou de pai da mentira). Em segundo lugar, seguir o bom conselho de Pedro: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pe 5, 8-9), estando na fé da Igreja, que nos ensina sobre a existência deste inimigo de Deus, e nos ensina que a melhor maneira de combatê-lo é tomar firmemente a mão do Senhor, para viver tranquilos sob o poderoso amparo do seu amor.

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