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Papa Francisco pede: não ser “cristão de fachada”

Pope Francis – General Audience 15-10-2014 – 02 – Antoine Mekary – pt

© Antoine Mekary / Aleteia

Vatican News - publicado em 18/11/14

“Quando a conversão chega até o bolso, é certa. Cristãos de coração? Sim, todos. Cristãos de alma? Todos. Mas cristãos de bolso, poucos, eh!"

O Papa Francisco criticou hoje os cristãos "mornos, acomodados ou de aparência" e pediu que eles não passem de pecadores a corruptos. 

O Papa falava na homilia da missa na Casa Santa Marta. Na primeira leitura, o Senhor pede aos cristãos de Laudiceia que se convertam, porque caíram na ‘tepidez’; vivem na ‘espiritualidade da comodidade’. Quem vive assim, afirmou, pensa que não lhe falta nada, que ‘está bem, pois vai à missa aos domingos e reza de vez em quando’. “Estou na graça de Deus e sou rico”, acreditam. 

“Este estado de espírito é um estado de pecado. O Senhor não poupa palavras a estas pessoas e lhes aconselha a ‘vestirem-se’, porque os cristãos ‘acomodados’ são nus”. 

Acrescentou ainda que “há um segundo chamado: aos que vivem de aparência”. Estes se crêem vivos, mas estão mortos. A eles, o Senhor pede para serem atentos. “As aparências – disse o Papa – são o sudário destes cristãos, que estão mortos”. O Senhor os chama à conversão: 

“Eu sou um destes cristãos das aparências? Sou vivo dentro, tenho uma vida espiritual? Sinto o Espírito Santo? Dou-lhe ouvidos? Ou… se parece que vai tudo bem, não me questiono? Tenho uma boa família, ninguém fala mal de mim, tenho tudo o que preciso, sou casado na Igreja… estou na graça de Deus, estou tranquilo. Estes são cristãos de fachada. Devemos procurar alguma coisa de vivo dentro, temos que nos converter: das aparências à realidade. Do torpor ao fervor”.

O terceiro chamado à conversão é a Zaqueu, “chefe dos publicanos e rico”. “É um corrupto – disse o Papa –, trabalhava para os estrangeiros, para os romanos, traía a sua Pátria”.

“Era um como muitos dirigentes que nós conhecemos: corruptos. Esses que, ao invés de servir ao povo, o exploram para servir a si mesmos. Existem alguns assim no mundo. E as pessoas não o queriam. Isso, sim, não era morno; não estava morto. Era em estado de putrefação. Corrupto, justamente. Mas sentiu algo dentro: ‘este profeta que dizem que fala tão bem, eu gostaria de encontrá-lo, por curiosidade’. O Espírito Santo é sagaz, eh! E semeou a semente da curiosidade, e aquele homem para vê-lo se comporta de maneira um pouco ridícula. Pensem num dirigente importante, e também corrupto, um chefe dos dirigentes, mas sobe numa árvore para observar uma procissão: pensem nisso. Que ridículo!”

Zaqueu, disse, “não teve vergonha”. Queria vê-lo e “dentro trabalhava o Espirito Santo”. E depois “a Palavra de Deus entrou naquele coração e, com a Palavra, entrou a alegria”. “Os da comodidade e da aparência – disse o Papa – tinham esquecido o que era a alegria; e este corrupto a recebe imediatamente, “o coração muda, se converte”. E assim Zaqueu promete devolver quatro vezes o que roubou.

“Quando a conversão chega até o bolso, é certa. Cristãos de coração? Sim, todos. Cristãos de alma? Todos. Mas cristãos de bolso, poucos, eh! Poucos. Mas, a conversão … e aqui chegou logo: a palavra autêntica. Converteu-se. Mas diante desta palavra, havia outra, a dos que não queriam a conversão, que não queriam se converter: ‘Vendo isso, murmuravam: ‘Entrou na casa de um pecador!’: sujou-se, perdeu a pureza. Deve purificar-se porque entrou na casa de um pecador’”.

São “três chamados à conversão”, reafirmou que o próprio Jesus faz “aos mornos, para aqueles da comodidade; para aqueles da aparência, para aqueles que pensam que são ricos, mas são pobres, não têm nada, estão mortos”. A Palavra de Deus, disse o Papa, “é capaz de mudar tudo”, mas “nem sempre temos a coragem de crer na Palavra de Deus, de receber a Palavra que nos cura dentro”. A Igreja, concluiu, deseja que nestas últimas semanas do Ano Litúrgico “pensemos muito, muito seriamente, na nossa conversão, para que possamos avançar no caminho da nossa vida cristã”. E nos diz de “recordar da Palavra de Deus, faz apelo à memória, de protegê-la, de vigiar e também de obedecer à Palavra de Deus, porque começamos uma vida nova, convertida”.

(Rádio Vaticano)

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