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Hoje estamos em oração por Asia Bibi e todos os condenados por serem cristãos

ASIA BIBI

MARTIN BUREAU / AFP

Reportagem local - publicado em 27/04/18

Ela própria pediu esse gesto de união espiritual. Seu julgamento deverá ser retomado em breve: ou a liberdade ou o enforcamento

Em 2009, no Paquistão, a mãe de família Asia Bibi bebeu água de um poço e um grupo de muçulmanas a acusou de ter “contaminado a água” por ser cristã. Ela respondeu aos insultos contra a sua fé questionando:

“Eu acredito na minha religião e em Jesus Cristo, que morreu na cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?”

Esta foi a sua sentença de morte: segundo a famigerada “lei da blasfêmia”, vigente no país oficialmente islâmico, ela afrontou o profeta e, com isto, incorreu numa blasfêmia cuja pena seria o enforcamento.

A lei da blasfêmia

Baseada na sharia, que é o rígido arcabouço legislativo islâmico, a lei paquistanesa da blasfêmia prevê punições rigorosas a qualquer pessoa que insulte Alá, o islã, o alcorão, Maomé e outras personalidades da fé muçulmana. As sentenças podem incluir de chibatadas até a pena de morte. Essa lei costuma ser manipulada para atender a interesses pessoais, o que inclui vinganças de todo tipo, inclusive de muçulmanos contra outros muçulmanos. É frequente que a minoria cristã no Paquistão seja alvo de acusações de blasfêmia contra as quais é quase impossível defender-se. Os abusos são facilitados porque até testemunhos sem provas são aceitos pelos tribunais.

Um processo no inferno

Desde 2013, após duas transferências de presídio, Asia Bibi fenece em uma das três celas sem janelas do corredor da morte de Multan, no Punjab. Em 2018, passadas milhares de noites de angústia, solidão e terror inimagináveis, ela ainda aguarda o veredito final, seguidamente adiado.

Nesta semana, porém, o presidente do Tribunal Supremo do Paquistão, Mian Saqib Nisar, anunciou que retomará o julgamento que poderia definir a libertação de Asia Bibi.

27 de abril, uma jornada de oração e jejum

A mulher, católica, esposa e mãe de cinco filhos, pediu através de seu advogado, Saiful Malook, que esta sexta-feira, 27 de abril, seja um dia de oração e jejum pela sua libertação, extensiva a todos os cristãos perseguidos e condenados neste mundo pelo simples fato de terem fé em Jesus Cristo.

Pungente oração a Jesus Cristo

Do inferno em que é mantida presa à sombra do horror de não saber o dia nem a hora em que a sua vida pode ser extirpada de modo aberrantemente cruel e injusto, ela própria escreveu esta prece a Jesus Cristo:

Senhor Ressuscitado, permite que a tua filha Asia ressuscite contigo.Rompe as minhas correntes, liberta o meu coração para além destas barras e acompanha a minha alma, para estar perto das pessoas que eu amo e sempre perto de ti.Não me abandones no dia do tormento, não me prives da tua presença. Tu, que sofreste a tortura e a cruz, alivia o meu sofrimento. Sustenta-me perto de ti, Senhor Jesus.No dia da tua ressurreição, Jesus, eu quero orar pelos meus inimigos, por aqueles que me feriram. Rezo por eles e te peço que os perdoes pelo mal que me fizeram.Peço-te, Senhor, que retires todas as barreiras, para que eu alcance a bênção da liberdade. Peço-te proteção para mim e para a minha família.

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