Neste dia 13, o impressionante fenômeno do "Milagre do Sol", em Fátima, completa 102 anos sem que a ciência consiga explicá-lo
O cônego Manuel Nunes Formigão foi o primeiro eclesiástico a investigar os fatos ocorridos em Fátima no ano de 1917. Ele interrogou numerosas pessoas bem-conceituadas da região sobre a possibilidade de esses acontecimentos serem uma farsa, fruto da imaginação dos jovens videntes. E todas as respostas, com pequenas variações, foram categóricas.
No mesmo sentido, o Relatório da Comissão Canônica Diocesana sobre os acontecimentos de Fátima atesta:
“Não se pode duvidar da sinceridade das crianças. Como podiam desempenhar uma comédia três crianças simples e ignorantes, uma de dez anos de idade, outra de nove e outra de seis?”
(DOCUMENTAÇÃO CRÍTICA DE FÁTIMA. Doc. 120, 1930-04-13. Relatório da Comissão Canônica Diocesana sobre os acontecimentos de Fátima. Fátima: Santuário de Fátima, 2013, p.431).
“Em outubro farei o milagre”
Lúcia, porém, sentia a necessidade de proporcionar aos seus conterrâneos uma prova irrefutável da veracidade das aparições. Por isso, no dia 13 de julho de 1917, ela suplicou à bela Senhora:
“Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é; e para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece“.
(IRMÃ LÚCIA. Memórias I.Quarta Memória, c.II, n.5. 13.ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2007, p.176. As próximas frases do diálogo da Ir. Lúcia com Nossa Senhora, citadas entre aspas neste artigo, foram tiradas da mesma obra).
E a celestial Dama respondeu-lhe:
“Continuem a vir aqui todos os meses. Em outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão de ver, para acreditar”.
No mês seguinte, face aos insistentes pedidos de Lúcia, a Virgem repetiu sua promessa:
“No último mês farei o milagre, para que todos acreditem”.
E na quinta aparição Nossa Senhora reafirmou-a usando quase as mesmas palavras.
“Não ofendam mais a Nosso Senhor”
Chegou por fim o dia esperado. Naquela fria manhã do outono português, uma chuva persistente transformara num lodaçal o vasto terreno da Cova da Iria, onde se comprimia uma multidão calculada entre cinquenta e setenta mil pessoas provenientes de todos os rincões de Portugal.
Levada por um movimento interior, a jovem Lúcia pediu que todos fechassem os guarda-chuvas e rezassem o Terço. Pouco depois, os três pastorinhos viram sobre a carrasqueira a Virgem Santíssima. À costumeira pergunta de Lúcia, “Que é que Vossemecê me quer?“, Ela respondeu:
“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias”.
Transmitiu-Lhe Lúcia pedidos para curar alguns enfermos e converter alguns pecadores. A Senhora respondeu:
“Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que peçam perdão de seus pecados. Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.