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Pais, animem-se: seus filhos são mais resilientes do que vocês pensam

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Photo by Agung Pandit Wiguna from Pexels

Michael Rennier - publicado em 30/12/19

Mas não deixe que isso os impeça de dar o seu melhor pelas crianças

Eu costumava dicar preocupado por achar que, de alguma forma, poderia estar prejudicando meus filhos sem querer, que estava carregando-os com uma bagagem que só ressurgiria anos mais tarde, depois que eles entrassem em terapia para se recuperar da herança dos pais.

Não é que eles tenham uma vida particularmente traumática. A mãe deles e eu nunca brigamos, há muito pouco grito em nossa casa, tentamos não pressioná-los ou criticá-los e não existem maneiras grandes e óbvias pelas quais eu seja um pai terrível. Mas acho que todos os pais ficam pelo menos um pouco ansiosos em criar filhos bem ajustados.

Por exemplo, nossos dois filhos mais velhos, de 10 e 12 anos, moram em quatro casas diferentes agora, incluindo uma grande mudança que levou nossa família a meio caminho pelo país. Eu me pergunto como isso os afetou. Na época em que nos mudávamos pelo país, nos tornamos católicos – e nossos filhos se tornaram católicos conosco. Essa é uma grande mudança. Decidimos estudar em casa, o que obviamente levanta muitas questões. Achamos que é a melhor escolha para a nossa família, mas sempre há dúvidas.

Os pais são confrontados com todo tipo de escolhas. Quanto tempo de televisão os nossos filhos devem assistir?  Como alimentá-los, vesti-los, mantê-los saudáveis? Em que cursos e acampamentos de verão eles devem estar matriculados? Eles não estão ficando para trás, estão? Nossos filhos estão bem ajustados, certo?

Não é incomum ver pais tão preocupados que nem deixam seus filhos brincar no parquinho sozinhos. Algumas crianças passam a infância inteira sem ficar barrentas ou ter a chance de subir em uma árvore. Não quero ser o tipo de pai que tenta controlar todos os aspectos da vida de meu filho, sempre frenético por precisar melhorar, sempre preocupado com os desvios do que acho ser o roteiro perfeito para a infância.

Depois de ver como nossos seis filhos são diferentes, eis o que percebi: as crianças são incrivelmente resistentes. Eu cometi erros com elas, mas parece que isso não os afetou de maneira permanente – e acho que eles não guardam rancor secreto contra mim. Eu não acho que envenenei o caminho deles para a idade adulta.

Dito isto, acredito que os pais são importantes. Eu tento o meu melhor para ser um bom pai. Os pais são altamente influentes para seus filhos e, se não tomarmos cuidado com o que dizemos e como nos comportamos, podemos causar danos emocionais e espirituais.

Quando digo que as crianças são resilientes, há um limite definido de quão resilientes podem ser sem sofrer consequências permanentes e negativas no desenvolvimento. Quando os pais são hiperprotetores, altamente ansiosos ou egocêntricos, quando gritam regularmente ou manipulam seus filhos, eles podem causar grandes problemas. Todas as pequenas coisas, como a casa em que você mora, a escola que eles frequentam, os desafios que você enfrenta em família podem ser bem interpretadas pelas crianças.

Existe um estereótipo comum de que, em qualquer família, o filho mais velho sempre é tratado com mais severidade e o mais novo sempre é mimado. Eu estou no meio de três irmãos, e meus irmãos mais velhos brincam que nossos pais lhes deram tarefas, mas deram a nosso irmão mais novo um jet ski. Agora que somos todos adultos, somos praticamente os mesmos – pessoas saudáveis ​​e bem ajustadas. As pequenas diferenças em nossa educação não chegaram a tanto. Estou convencido de que nossos pais nos amam da mesma maneira.

É disso que nossos filhos precisam: do nosso amor incondicional. Se eles têm isso e sabem disso, nenhum erro dos pais, nenhuma decisão, nenhuma ansiedade superará esse amor. Compreender isso me ajudou a relaxar sobre minhas decisões de pai. Meus filhos estão vivendo uma infância diferente da minha, mas vão ficar bem.

Ainda não estou confiante de que sou um pai perfeito. Mas a vida de nossos filhos está além da nossa capacidade de controle e, se tentássemos fazê-lo, seria um fracasso absoluto. O mais difícil é tratar nossos pequenos como seres humanos, com seus próprios objetivos, ambições, pensamentos e sentimentos, mas uma vez que afrouxamos um pouco a aderência, é incrível ver o quanto eles são capazes, o quão determinados podem ser, e como, com os pais e uma família que os ama, eles podem enfrentar qualquer desafio que a vida lhes enviar.


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