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Durante isolamento, padre esloveno leva alento aos fiéis pelo Facebook

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OSEBNI ARHIV

Octavio Messias - publicado em 05/04/20

Bate-papos, terapias à distância e uma vida regrada também ajudam a manter o bem estar 

Nesta semana, o padre esloveno Martin Golob foi notícia. Impossibilitado de receber fiéis em sua paróquia, na cidade de Liubliana, capital do país, por conta do isolamento social, ele transmitiu sua Santa Missa por meio de uma live no Facebook, onde tem mais de 15 mil seguidores. “Mal posso esperar para ter uma igreja cheia novamente e ter a comunidade reunida”, disse, em suas redes sociais. 

A iniciativa demonstra a necessidade de levar alento às pessoas que agora se encontram isoladas, essa nova realidade a nós imposta pelo novo coronavírus. E isso preocupa especialistas em saúde mental. Nem todos estão acostumados a fazer tudo, inclusive trabalhar, dentro de casa, e essa nova rotina pode despertar ansiedade. E, para todo mundo, a convivência social mudou drasticamente. O que requer adaptação.   

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS) criou uma série de orientações para ajudar as pessoas a atravessarem atravessarem este período de maneira saudável. Algumas delas são:

  1. Crie uma rotina agradável e inclua nela coisas que você gosta de fazer, como ler, pintar, assistir a filmes;  
  2. Esteja conectado com os seus familiares e amigos, discuta e troque informações sobre outros assuntos;  
  3. Limite a sua exposição às informações e procure canais confiáveis;  
  4. Entenda o que você sente e, se as suas emoções paralisarem-no, procure ajuda profissional;  
  5. Aceite o incontrolável, neste momento existem muitas coisas que estão ao nosso alcance e muitas outras que não estão;  
  6. Pense de forma realista. Procure focar em pensamentos úteis e realistas, evite pensamentos negativos e não se assuste desnecessariamente.

Para quem mora sozinho ou está isolado por precaução, a falta de contato humano pode ser muito dura, principalmente por ser uma condição com a qual não estamos devidamente acostumados. E a solidão em excesso pode gerar depressão. 

Para quem é casado e/ou mora em família, o excesso de convivência pode causar atritos que também geram estados de ansiedade. Neste caso, a palavra de ordem é diálogo. É entender que todos estão, literalmente, no mesmo barco e precisam atravessar essa correnteza juntos. Daí a importância de poder conversar abertamente, distribuir igualmente as tarefas entre todos do lar e, principalmente, não guardar ressentimento, pois em meio a um contato diário tão intenso, os nervos vêm a flor da pele. 

Em todos os casos, psicólogos afirmam que é importante criar uma rotina, por mais que fuja bastante daquela com que você estava acostumado. Ter um horário certo para acordar, para comer, para as tarefas domésticas e para o lazer. Manter o hábito de tomar banho ao acordar também ajuda. E algumas horas de sol, se possível, também, Se você trabalha em casa, é importante ter um horário definido para começar e para terminar as funções, assim garantindo que o trabalho não sufoque as outras atividades. 

Ainda é aconselhável, em espaços compartilhados, que, por exemplo, cada membro da família tenha o seu tempo nos diferentes cômodos por horários pré-estabelecidos. Por exemplo, se você precisa do quartinho dos fundos para trabalhar, é importante que isso esteja claro entre todos os membros da família e que o seu tempo lá seja respeitado. Deve-se procurar garantir, no entanto, que todos os membros da família tenham espaço para executar as suas tarefas e realizar as coisas que gostam de fazer no dia a dia. E se você tem filhos pequenos, procure dividir com o parceiro a responsabilidade sobre as crianças, tanto nos momentos de lazer quanto nos estudos. 

E, o que talvez seja mais importante, não podemos perder contato com o mundo lá fora. Não que você deva passar o dia acompanhando os desdobramentos da pandemia, o que também não é aconselhável, mas deve-se procurar manter contato com as pessoas com quem você costumava conviver. Não é porque está sem sair de casa que precisa perder contato com colegas de trabalho, amigos do clube, irmãos da paróquia.

Mais do que telefonemas, hoje é possível fazer ligações de vídeo e falar olho no olho e escutar a voz de quem você quiser por meio de WhatsApp, Skype, FaceTime. Ainda existem aplicativos como Zoom e HouseParty, que permitem que várias pessoas conversem ao mesmo tempo como se estivessem em uma sala de estar.

E se mesmo assim você se sentir triste, isolado, diversos psicoterapeutas oferecem apoio virtual, muitas vezes gratuitamente. O atendimento gratuito no Instituto de Psicologia da USP (IP USP) pode ser agendado a partir de um formulário disponível no site: www.ip.usp.br/site/covid-19-apoio-psicologico-online. O projeto Escuta 60+ reúne profissionais especializados em atender idosos pelo telefone. As consultas são gratuitas e podem ser agendadas pelo número: (11) 3280-8537. E o Centro de Valorização da Vida (CVV), mesmo sem uma equipe de psicólogos, conta com um time de voluntários treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional. Garantindo total sigilo, os atendimentos podem ser solicitados por e-mail (cvv.org.br/e-mail) ou diretamente por telefone (188).

Opções não faltam. Busque as que melhor se adequem às suas necessidades. Procure manter a mente tranquila para atravessarmos esse período difícil para todos da melhor maneira possível.   

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