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Usar máscara é sinal de afeto

Missionário dá terço a enfermeiro

Anna Nass | Shutterstock

Imagem ilustrativa

Octavio Messias - publicado em 16/04/20

Acessório deve ser utilizado em consideração ao próximo

A capa da revista Vogue Portugal deste mês foi comentada no mundo todo. Ela traz a imagem de um homem e uma mulher, ambos usando máscaras cirúrgicas, se beijando. Mais do que denotar que o comportamento de usar máscara é tendência, pois estamos falando da principal revista de moda do mundo, a capa expõe como usar a máscara é um gesto de cuidado com o outro. E, principalmente, que o seu uso é uma forma de demonstrar afeto. 

Eu sei, a ideia de usar máscara logo nos remete a imagens de grandes metrópoles do leste asiático, onde a sua utilização é um hábito cultural. Isso possivelmente nos causava estranhamento, principalmente por remeter a uma situação de epidemia generalizada como a que vivemos agora. 

Mas, mesmo antes do novo coronavírus, os cidadãos de países como China, Japão, Coreia do Norte e Taiwan já conservavam esse comportamento para não transmitir gripes e outras doenças virais. Ou seja, esse hábito cultural tem em sua raiz o cuidado com o próximo. E este é apontado como um dos motivos pelos quais países como a Coreia do Sul vêm apresentando resultados tão eficientes no controle da pandemia.

Engana-se quem pensa que a máscara é só para proteger a si mesmo. Muito pelo contrário. Ela é um acessório cujo uso passou a ser recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelas principais autoridades em epidemiologia como medida de contenção da pandemia.

Se você não apresenta sintomas de Covid19 e acha que isso te isenta de usar a máscara, está redondamente enganado. Como sabemos há tempos, o novo coronavírus é traiçoeiro. Segundo pesquisas, 78% das pessoas infectadas são o que os médicos chamam de assintomáticas, ou seja, não demonstram sintomas, seguem a vida como se não tivessem contraído o vírus. E é aí que mora o perigo.

Cada pessoa infectada contagia, em média, três outras pessoas, daí vem o efeito cascata da pandemia. No início da crise na Itália, quando ainda era possível rastrear a origem do contágio, identificaram um homem que, sozinho, sem saber que estava com o vírus, havia infectado nada menos que 33 pacientes.

Muitas pessoas acabam servindo de hospedeiras do vírus e, sem querer, acabam ajudando em sua disseminação. Acredito que ainda vemos tanta gente saindo às ruas e sem máscara pela mais pura falta de informação. Pois não consigo conceber que tanta gente colocaria a vida de tantos outros em risco por mero egoísmo e falta de boa vontade.

Inclusive, pela extrema dificuldade em rastrear o número de infectados, especialmente no Brasil, onde os testes são escassos, estudos epidemiológicos apontam que o número de infectados no país deve ser cerca de dez vezes maior do que apontam os registros oficiais. Ou seja, antes de sair de casa, com máscara ou não, imagine que a noção que temos da gravidade da pandemia corresponde a apenas de 10% do problema real. 

Ao usar máscara, você protege a si mesmo, protege ao próximo e faz sua parte na contenção dessa terrível doença que prejudica todo o país. E isso, em uma época tão anormal como esta, é a maior demonstração de afeto que você pode oferecer – sem se esquecer de sair de casa o mínimo possível e lavar as mãos com frequência.

Pois, quanto antes controlarmos o contágio, mais cedo sairemos dessa e poderemos retomar nossas vidas em todos os aspectos. Juntos chegaremos lá. 

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