Neste fim de semana, em plena quarentena, acontece um encontro. Não um simples encontro, mas O Grande Encontro, com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, que retomam projeto antológico iniciado em 1996, com um disco ao vivo, gravado no Canecão, Rio de Janeiro, à época com Zé Ramalho completando a formação, que vendeu mais de um milhão de cópias.
O projeto, já sem Alceu Valença, acabou se tornando uma trilogia, com O Grande Encontro II (1997), este gravado em estúdio, e O Grande Encontro III (2000). E em 2016, novamente com Alceu e agora sem Zé Ramalho, lançaram O Grande Encontro – 20 anos.
É neste formato que o trio se apresenta neste domingo (5), às 16h, diretamente do Teatro Claro Rio, no Rio de Janeiro, com transmissão por uma live no canal oficial do grupo no YouTube (www.youtube.com/user/GrandeEncontroVEVO).
Entre as novidades estará uma versão de Eternas Ondas, composta por Zé Ramalho especialmente para Roberto Carlos em 1980, Bicho Maluco Beleza e Tomara, de Alceu Valença, além de Talismã, do disco de estreia do cantor e compositor, Quadrafônico (1972), em parceria com Geraldo Azevedo.
Desde o primeiro disco, o repertório de O Grande Encontro combina sucessos das carreiras de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e seu primo, Zé Ramalho, com releituras de clássicos sertanejos e versões pouco prováveis, como a de Tomorrow is a Long Time, de Bob Dylan, adaptada por Geraldo Azevedo, que depois ainda seria regravada por Zé Ramalho no disco Tá Tudo Mudando, só com canções do ícone norte-americano.
Outras versões emblemáticas trazidas pelo grupo incluem O Ciúme, de Caetano Veloso, O Trem das Sete, de Raul Seixas, e Disparada, de Geraldo Vandré. Mas o conjunto deixa a sua marca ao resgatar temas de forró e baião, e a obra de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, cantadores de feira do sertão do nordestes, que Alceu Valença e Geraldo Azevedo viram ainda na juventude.
O Grande Encontro reúne músicos nordestinos de uma geração que bebeu em primeira mão na música de raiz do sertão, e não se avexa de trazê-la para a contemporaneidade. Nem que seja por meio de uma live.

Leia também:
Ouça um dos melhores álbuns de canto gregoriano da história