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Coreia do Norte: diocese de Pyongyang será consagrada a Nossa Senhora de Fátima

Igreja em Pyongyang, Coreia do Norte

Uri Tours I CC BY-SA 2.0

Igreja em Pyongyang, Coreia do Norte

Reportagem local - publicado em 08/07/20

"A Coreia do Norte é amplamente considerada como o lugar mais perigoso do mundo para se ser cristão", diz relatório sobre perseguição aos cristãos

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS ou ACN, pela sigla em inglês usada internacionalmente) divulgou recentemente a consagração da diocese de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, a Nossa Senhora de Fátima. O anúncio foi feito pelo cardeal Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul, capital da Coreia do Sul, em cerimônia que recordou o início da guerra da Coreia em 25 de junho de 1950. Na ocasião, os fiéis católicos da Coreia do Sul rezaram pela reconciliação e reunificação do povo coreano.

Além de ressaltar a importância da paz e da concórdia entre as duas Coreias, o cardeal Andrew recordou os cerca de 3 milhões de mortos da guerra, a tragédia dos refugiados, o drama das famílias separadas e a perseguição que o regime da Coreia do Norte continua perpetrando de modo brutal contra os cristãos.

Em nota, a Fundação AIS em Portugal observa que, tecnicamente, os dois países ainda estão em guerra, dado que nunca formalizaram o armistício, e que é constante a ameaça do regime de Pyongyang de desenvolver novas armas de destruição em massa, bem como o risco de confronto militar direto, apesar do caminho da reconciliação empreendido nos últimos anos e no qual a Igreja Católica tem estado particularmente empenhada. Além de ações diplomáticas e da ajuda prática a refugiados, a Igreja na Coreia do Sul tem celebrado uma Missa diária pela paz na península desde dezembro passado até o próximo 28 de novembro.

O mais recente relatório da Fundação AIS sobre a perseguição aos cristãos no mundo, divulgado em outubro passado, resume assim a situação sob o regime ditatorial comunista de Pyongyang:

“A Coreia do Norte é amplamente considerada como o lugar mais perigoso do mundo para se ser cristão”.

De fato, a prática religiosa é “gravemente punida” no país, que mantém de 50 mil a 70 mil cristãos em campos de trabalho forçado destinados a presos políticos – em tais campos, os cristãos correspondem à metade da população prisional. Testemunhos de pessoas que conseguiram fugir da Coreia do Norte afirmam que os cristãos descobertos pelo regime enfrentam “mortes extrajudiciais, trabalhos forçados, tortura, perseguição, fome, violações, aborto forçado e violência sexual”.


Estátua de Kim Il-sung

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