Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 26 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

5 livros sobre o isolamento

LIBRARY

Valeriy Karpeev | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 09/07/21

Obras literárias são ótimas companhias para momentos de distanciamento 

Muita coisa deve ficar desse período de pandemia, principalmente as obras de arte que nos entreteram e permitiram que pudéssemos ir longe ao menos no plano da imaginação. Filmes, séries, livros, discos e até exposições de arte ou peças de teatro virtuais que tornaram nossa reclusão muito menos enfadonha. 

E se existe uma forma de arte que combina com a solidão, é a leitura. Ela exige atenção, que não nos concentremos em absolutamente mais nada, e tudo que vemos ou escutamos a partir das palavras impressas na página é produto de uma forma ativa de interação. Cada um imagina um cenário, escuta um tom de voz, enxerga um personagem. E estes têm o poder de nos cativar intimamente, como se fossem novos amigos ou velhos conhecidos. São uma excelente companhia.

A seguir cinco livros que tratam, justamente, da condição de isolamento. E que servem de alento neste momento difícil. 

Crime e Castigo (1866), de Fiódor Dostoiévski 

Livro que divide opiniões com Os Irmãos Karamazov quanto a ser a maior obra-prima do escritor russo. A de um crime que comete, o jovem Raskolnikóv faz um exame profundo da consciência e da moral, assim como de suas bases religiosas e até políticas, processo que se intensifica quando o protagonista se entrega às autoridades e é enviado para cumprir oito anos de prisão na Sibéria. 

Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Márquez

Também uma das principais obras do autor colombiano vencedor do prêmio Nobel, considerado o segundo maior livro em língua espanhola de todos os tempos, atrás apenas de Dom Quixote (1605). Marco do realismo mágico, a obra é situada na fictícia aldeia de Macondo e narra a sucessão e os conflitos de duas famílias que se entrelaçam ao longo do tempo. 

A Invenção da Solidão (1982), de Paul Auster 

Livro de memórias que marcou a estreia do autor nova-iorquino, vencedor do prêmio Príncipe das Astúrias. A obra pode ser considerada um estudo do paternidade, sob seus dois aspectos. A primeira metade trata da condição de filho, conforme o autor relembra a infância e a construção de sua identidade sob a tutela de seu pai, que acabara de falecer. A segunda aborda a experiência da paternidade, conforme o autor expõe os primeiros anos do seu filho, Daniel. 

Abraçado ao Meu Rancor (1986), de João Antônio

Livro de contos que rendeu ao escritor e jornalista paulistano seu terceiro prêmio Jabuti. São dez histórias que se passam nas margens e beiradas da sociedade, onde condições sub-humanas narradas pelo autor expõem o que os personagens têm justamente de mais humanos. A coletânea reforçou a reputação do autor de dar voz aos proletários e marginalizados das grandes capitais. 

Serotonina (2019), de Michel Houellebecq

Romance mais recente do escritor francês vivo mais lido no mundo, autor de Partículas Elementares (1998). Dando continuidade ao tema da masculinidade em declínio, presente em muitas de suas obras, o autor narra a história um homem que se aproxima da terceira idade e, após uma decepção amorosa, parte em uma viagem pela França em busca de sua identidade e suas raízes, propondo uma amarga reflexão sobre relacionamentos, a maturidade e a contemporaneidade. 

Tags:
ArteLivros
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia