Eu acabei de ler cinco livros de ficção científica. Eu sei, sou um grande nerd. Um era sobre relâmpagos, outra sobre o que aconteceria se uma supernova explodisse e deixasse um planeta no qual apenas crianças sobrevivessem, as outros eram sobre os perigos do universo.
Esses livros específicos são bem escritos e têm alguns pontos filosóficos interessantes a serem considerados. Eu sou um viciado em ficção científica. No entanto, existem muitos livros competindo pela nossa atenção.
Existem os romances clássicos, as obras literárias densas dos maiores gênios, as quais realmente valem o esforço. Há não-ficção em uma variedade de tópicos fascinantes, biografias de figuras históricas heróicas e trágicas. Entretanto, em seguida, há os livros de mero entretenimento.
Alguns livros realmente não tratam de absolutamente nada. Eles não têm nenhuma lição, nenhuma moral, nenhuma importância histórica, nenhuma grande ambição artística. Mas mesmo assim eles ainda são divertidos de ler. Para mim, o gênero ficção científica é um desses de mero entretenimento.
Valor como entretenimento
Esses livros podem não ter o mesmo valor artístico das obras de referência. Mas isso não significa que não valha a pena lê-los. É importante simplesmente despertar a imaginação e desfrutar de uma história, rir de uma piada em um livro ou se deliciar com a habilidade do autor.
Veja Jeeves and Wooster, por exemplo, escrito por P.G. Wodehouse. Wodehouse escreveu seus textos na Inglaterra do início do século XX. Durante a primeira grande guerra, enquanto o mundo mergulhava na violência e no caos, ele produziu pequenos romances cômicos brilhantes.
Wodehouse foi um gênio artístico que se recusou a escrever um romance sério. Naqueles dias sombrios do século 20, no meio do aparente colapso de tudo, houve pelo menos um homem que teve a coragem, a inteligência e a leveza de ignorar toda a bagunça.
A questão é que isso não foi um desperdício. Livros como My Man Jeeves são mais importantes do que pensamos. Eu amo romances sérios, mas não quero mergulhar no pântano psicológico de Crime e Castigo o tempo todo. Ocasionalmente, eu só quero rir de um mordomo fictício tentando ajudar seu infeliz chefe a sair de um apuro em que se meteu com sua tia dominadora pela milionésima vez.
É preciso uma certa ousadia e coragem para escrever esse tipo de livro, uma obra de arte que aparentemente não tem seriedade, mas existe apenas para encantar. Precisamos desse tipo de capricho em nossas vidas.
E o que dizer dos livros de fantasia imaginativa e ficção científica que nos levam a outro mundo? Dos livros que nos fazem rir? De um livro de simples poesia? Esses livros existem por si próprios. Eles podem não ser considerados uma grande arte, mas preenchem um espaço em nosso coração.
Sem valor como entretenimento
Esse é o prazer do mero entretenimento a que me refiro. De qualquer forma, são livros que ainda têm valor.
No entanto, alguns livros são tão mal escritos e tão inúteis que não passam de guloseimas pseudo-literárias. Esses são os livros que podem causar arrependimento mais tarde, não porque fossem moralmente prejudiciais ou vergonhosos. Mas porque nosso tempo poderia ter sido usado de uma maneira melhor. Não temos muito tempo para nos dedicar à leitura; não queremos desperdiçá-lo em livros sem valor.
Já outros tipos de entretenimento podem ser realmente vergonhosos. Eles nos atraem porque são tabloides, fofoqueiros ou humilhantes. Eles chafurdam no vício e descrevem ações que são prejudiciais à nossa alma. Para estes, não encontro nenhum argumento a favor de continuar a ler. A razão pela qual acabamos lendo é porque todos nós precisamos às vezes de uma folga da seriedade de outros romances, do estresse da vida, e estamos procurando uma forma relaxante de usar nosso tempo de lazer. Mas esse tipo de livro não ajuda, porque não traz nada de positivo. No final, eles deixam apenas arrependimento e uma consciência castigada.
Descanso
Quando estou procurando uma fuga, procuro o tipo de livro que já descrevi – o mero entretenimento que nenhum de nós realmente deveria se sentir culpado ao ler. Eles brilham com capricho e inocência, com humor e deleite. Por não serem considerados grandes obras de gênio literário, são rotulados como livros menores. Mas a alegria que trazem é a evidência do fato de que, sob o verniz inexpressivo, esses livros são importantes para uma vida boa.
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