Somos companheiros de viagem rumo à eternidade, enfatizou o frei Raniero Cantalamessa em sua segunda pregação de Advento, na última sexta-feira. O frade capuchinho, pregador oficial da Casa Pontifícia e recentemente nomeado cardeal pelo Papa Francisco, está oferecendo as suas célebres pregações toda sexta, na Sala Paulo VI, no Vaticano.
Nesta pregação, cujo tema tema foi “Nós anunciamos a vida eterna”, o novo cardeal partiu da súplica “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus”, que é emblemática do Advento:
“Com estas palavras de Isaías começou a primeira leitura do Segundo Domingo do Advento. É um convite, ou um comando, na verdade, perpetuamente atual, dirigido aos pastores e pregadores da Igreja. Queremos hoje receber este convite e meditar sobre o anúncio mais consolador que a fé em Cristo nos oferece”.
Somos companheiros de viagem rumo à eternidade
O frei Cantalamessa destacou a relação entre a vinda de Jesus, que nos abre as portas da eternidade, e o seu contraste com a transitoriedade das coisas deste mundo em que tudo passa: bens materiais, saúde, aparência, forças físicas…
“De repente, tudo o que achávamos óbvio se revelou frágil, como uma fina camada de gelo sobre a qual patinamos alegremente, mas que, de improviso, se rompe sob os nossos pés – e afundamos. A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa à mostra as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”.
Sempre contrastando a fugacidade desta vida e a eternidade a que somos chamados, o frade prosseguiu:
“A crise planetária que estamos vivendo pode ser a ocasião para redescobrir, com certo alívio, apesar de tudo, um ponto firme, um terreno sólido, uma rocha sobre a qual fundar a nossa existência terrena (…) O que nunca passa é, por definição, a eternidade. Precisamos redescobrir a fé num além da vida (…) Ela nos faz entender que todos somos companheiros de viagem, a caminho, rumo a uma pátria comum onde não existem distinções de raça ou de nação”.
O novo cardeal recordou também que a nossa fé na vida eterna não se baseia só em argumentos filosóficos, mas, principalmente, no fato da Ressurreição de Cristo e na Sua promessa de que Ele nos prepararia na Casa do Pai uma morada:
“Para nós, cristãos, a vida eterna não é uma categoria abstrata, mas sim uma pessoa. Ela significa estar com Jesus, compartilhar do Seu estado de Ressuscitado na plenitude e na alegria da vida trinitária”.
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