Nós não somos! Só Deus é! Foi este, em resumo, o lembrete que o pe. Gabriel Vila Verde reforçou via rede social a respeito das pessoas que focam excessivamente em enumerar as suas funções e obras, como se fosse isto o que lhes dá significado.
Ele escreveu:
Certa vez, uma pessoa veio se apresentar a mim, dizendo: “Padre, eu sou presidente do Apostolado, Ministra da Eucaristia, membro do Conselho, sou legionária, sou da Pastoral do Dízimo, sou catequista, sou isso, sou aquilo, etc”. Uma verdadeira ladainha de afirmações, que me deixou espantado. Lembrei-me do grande profeta São João Batista, que quando foi interrogado sobre quem ele era, respondeu: “NÃO SOU”. Joao, tu és o Messias? – Não sou! João, tu és Elias? – Não sou! Quem é você, então? – “Sou uma voz que clama no deserto… quem vem depois de mim, é maior do que eu”. Jesus de Nazaré fez diferente, dizendo “EU SOU”. Eu sou o Pão da Vida, Eu sou a Luz do mundo, Eu sou o Caminho, Eu sou a Videira, Eu sou a Porta das ovelhas… de fato, Ele é! João sabia disso, por isso se humilhou diante do Mestre. Aprendamos com João a reconhecer o nosso nada. Nós não somos! Só Deus é!
Nós não somos! Só Deus é!
Mas o que quer dizer esta afirmação tão forte?
A mensagem do padre não deve ser entendida de forma niilista, como se fôssemos um nada absoluto ou como se ele estivesse menosprezando a nossa individualidade e o nosso agir.
Deve ser entendida, sim, a partir da perspectiva cristã: o nosso ser nos é dado pelo Ser Supremo, de quem participamos por pura graça e dom. A plenitude do nosso ser, portanto, está em participar do Ser com maiúscula, Deus – e não na infinidade de afazeres e títulos que imaginamos que nos tornam importantes.
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