Juiz assassinado pela máfia poderá ser beatificado pelo Papa Francisco, que aprovou o decreto de reconhecimento do seu martírio: trata-se do juiz siciliano Rosario Livatino, assassinado pela máfia em 21 de setembro de 1990.
Rosario Angelo Livatino nasceu em Canicattì, na província siciliana de Agrigento, no dia 3 de outubro de 1952. Segundo o Vatican News, ele honrou seu compromisso com a justiça e a fé, “sempre atento à pessoa e às dimensões da redenção e do crime, capaz de condenar, mas também de entender, dando, como ele próprio escreveu, ‘uma alma à lei'”.
Ainda de acordo com o portal de notícias do Vaticano, o juiz italiano dedicou a vida ao estudo do Direito e, em particular, a um profundo conhecimento do fenômeno mafioso, “com grande capacidade de encontrar nexos e recriar tramas, de modo a assinar sentenças importantes que o teriam levado para a mira da ‘Cosa Nostra'”.
Juiz assassinado pela máfia: Livatino não é o único
O Papa Francisco já havia recordado explicitamente as vítimas das máfias e da corrupção na política ao receber em audiência os membros da Comissão Parlamentar Antimafia, da Itália, no dia 21 de setembro de 2017. Francisco então destacou os nomes dos juízes Rosario Livatino, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, todos assassinados por causa da sua ação contra a máfia no país.
Em novembro de 2019, o Papa voltou ao tema. Dirigindo-se aos membros do Centro de Estudos Rosario Livatino, ele afirmou sobre o juiz cujo processo de beatificação está prestes a começar:
“[Rosario Angelo Livatino] é um exemplo não só para os magistrados, mas para todos aqueles que trabalham no campo do direito: pela coerência entre a sua fé e o seu compromisso com o trabalho e pela relevância das suas reflexões”.
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