As estações da Quaresma nos levam a outro lugar dedicado a São Lourenço. O Damaso, que faz parte do nome, é uma referência ao Papa Dâmaso (século IV), um grande devoto do diácono Loureço, de origem espanhola como a mãe do pontífice, Lourença. A basílica fica sobre a casa paterna do Papa, cujos restos mortais descansam sob o altar.
Numa época em que o culto da Igreja se deslocava para as grandes igrejas romanas, o Papa Dâmaso realizou uma operação histórico-arqueológica de grande valor: cuidou das catacumbas, com um levantamento sistemático das tumbas dos mártires, e estudou as evidências que permitissem reconstruir e confirmar suas histórias. Ele também compôs epigramas curtos em louvor e em memória dos mártires.
Ele escreveu sobre São Lourenço: “Verbera, carnifices, flammas, tormentas, catenas / vincere Laurenti sola fides potuit” (só Lourenço com sua fé poderia vencer os flagelos, os carrascos, as chamas, as torturas, as correntes).
A igreja foi submetida a muitas restaurações. No século XV, foi ligeiramente deslocada durante a construção do Palácio da Chancelaria, no qual foi incorporado. A basílica de hoje é o resultado da reconstrução do século XIX por Valadier e, a subseqüente, por Vespignani.
Na capela do Santo Sacramento há o ícone da Madonna Haghiosoritissa (século XI), em uma capela lateral há o Crucifixo em frente ao qual Santa Brigida rezava e que teria falado com ela.
A memória dos mártires, no espírito do Papa Dâmaso, acompanha nossa jornada de fé.
Deus é nosso refúgio e nossa força; mostrou-se nosso amparo nas tribulaçõesPor isso, a terra pode tremer, nada tememos: as próprias montanhas podem se afundar nos maresSalmo 45, 2-3
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* Em colaboração com o Escritório de Comunicação Social do Vicariato de Roma