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Objeção de consciência, a potente vacina do cristão

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© Jeffrey Bruno

Vanderlei de Lima - publicado em 25/04/21

Não há lei humana que possa se opor aos direitos de Deus expressos na Lei Divina, natural ou revelada

Vivemos tempos de fortíssimos ataques ao que ainda resta da civilização cristã no Ocidente. Daí a oportunidade de, em breve, lançarmos o livro “Obedecer antes a Deus que aos homens: a objeção de consciência como um direito humano fundamental”.

Aqui, uma questão já se põe: Que se entende por objeção de consciência? – Em resposta, dizemos que “entende-se por objeção de consciência qualquer tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos, ou seja, quando o cidadão julga, de modo bem fundamentado, que as determinações da autoridade são injustas e, por isso, não merecem a obediência, mas, sim, oposição. […] O recurso à objeção de consciência assegura que ninguém pode ser, legalmente, obrigado a fazer algo contra a consciência, especialmente ferindo seus valores morais e espirituais” (p. 13).

Definido o que é objeção de consciência, vem outra questão muito oportuna: Como ter certeza que ela é um direito humano fundamental ou a potente vacina do cristão? – Pelo modo como os próprios adversários de Deus o confessam. Sim, o que a movimento Católicas pelo Direito de Decidir quer implantar, de modo ditatorial e irreversível, o aborto em todo o mundo. Para isso, a Sra. Frances Kissling, uma das grandes propugnadoras do grupo pró-morte disse que enquanto os movimentos se limitarem a legalizar o aborto nenhuma conquista será definitiva. A vitória só será total e irreversível quando, além de se mudarem as legislações, forem derrubadas as objeções de consciência de fundo moral. Daí, o ataque frontal dessas senhoras à Igreja Católica por meio do seguinte raciocínio: O argumento dos Bispos afirma que o aborto é um assassinato, que abortar é matar; e que a vida começa na concepção. Mas esta perspectiva católica é o lugar adequado para se começar o trabalho [abortista], porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, caso se consiga refutar a posição católica, ter-se-á refutado todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos realmente tem declarações tão bem definidas sobre a personalidade, sobre quando tem início [a vida], sobre fetos etc. Assim, caso se derrube a posição católica, se ganha” (p. 82).

Ora, não há lei humana que possa se opor aos direitos de Deus expressos na Lei Divina, natural ou revelada. O Papa Leão XIII, na Sapentiae Christianae, n. 4 e seguintes, afirma que “Se as leis dos homens alguma coisa mandarem contra a lei eterna de Deus, o justo é não obedecer”, pois “Seria crime negar a obediência a Deus para dá-la aos homens; seria delito infringir as leis de Jesus Cristo para obedecer aos magistrados, ou violar os direitos da Igreja sob pretexto de guardar as leis de ordem civil”. Afinal, “Não há melhor cidadão, quer na paz, quer na guerra, do que o cristão que o é deveras; mas justamente por sê-lo, deve estar resolvido a sofrer tudo e até mesmo a morte, antes do que desertar da causa de Deus e da Igreja” (Trechos escolhidos, p. 26).

Também no dia 29 de setembro de 2015, a Agência de notícias ACI publicou: A objeção de consciência é um direito humano que os funcionários também devem ter, assinalou o Papa Francisco durante o voo a Roma (Itália), quando lhe perguntaram sobre casos de alguns funcionários públicos que se negam a casar homossexuais ou praticar abortos, alegando direito à liberdade religiosa. “Não posso ter em mente todos os casos de objeção de consciência que podem existir”, disse o Papa aos jornalistas durante o voo, “mas posso dizer que a objeção de consciência é um direito que faz parte [do conjunto] de todos os direitos humanos. Mais: se alguém não permite que outros sejam objetores de consciência”, disse o Santo Padre, “essa pessoa nega um direito”. Francisco assinalou que “a objeção de consciência deve ser respeitada nas estruturas legais, pois é um direito, um direito humano. Caso contrário, terminaríamos numa situação na qual escolheríamos o que é certo, dizendo: ‘Este é um direito em um mérito, este outro não’” (p. 33-34). Seria, em suma, o ser humano colocando Deus entre parênteses para tentar, em vão, assumir o seu lugar. Tal atitude diabólica, longe de ajudar, só prejudica a humanidade.

Diante disso, eis a potente vacina que a Cultor de Livros oferecerá, em breve, aos cristãos na atual pandemia do relativismo.

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