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Milícias islâmicas no Congo: Igreja alerta que ameaça é crescente

Congo

Alexis HUGUET / AFP

Francisco Vêneto - publicado em 27/04/21

Episcopado denuncia "estratégia profunda para a islamização da região"

Milícias islâmicas no Congo representam uma ameaça crescente, denunciaram os bispos da República Democrática do Congo mediante comunicado à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS ou ACN, pela sigla internacional em inglês).

A violência tem aumentado principalmente no leste do país, flagelado por rebeldes alinhados com bandos radicais islâmicos. Entre as províncias mais afetadas estão Ituri e Kivu do Norte.

O episcopado congolês afirma que a região está “sob o controle dos predadores”, o que acarreta “uma verdadeira crise” caracterizada pelo alto nível de insegurança.

Estratégia para islamização

Os bispos também apontaram indícios de “uma estratégia profunda para a islamização da região”, com riscos ainda maiores para a já frágil estabilidade política do país.

De fato, as milícias têm praticado, segundo o relato dos bispos, “a ocupação da terra, a exploração ilegal de recursos naturais, o auto-enriquecimento gratuito e a islamização da região, sem respeito pela liberdade religiosa”.

O comunicado prossegue:

“Em Butembo-Beni, na província do Kivu do Norte, houve mais de 6 mil mortos desde 2013 e em Bunia mais de 2 mil só no ano de 2020. Calcula-se que haja cerca de 3 milhões de deslocados, pessoas que foram forçadas a fugir das próprias casas. Desconhece-se o paradeiro de cerca de 7.500 pessoas sequestradas pelos bandos extremistas”.

Ineficácia das autoridades

Tal como ocorre na Nigéria, também assolada por radicais como o bando jihadista Boko Haram e os pastores nômades fundamentalistas Fulani, a população lamenta a incompetência das autoridades civis e “se sente abandonada”. No caso do Congo, os bispos relatam:

“As promessas do governo central de restabelecer rapidamente a paz são abundantes, mas, em muitos casos, permaneceram sem quaisquer efeitos”.

A baixa efetividade é uma crítica aplicável também à comunidade internacional, denunciam os bispos. A República Democrática do Congo tem contado com a presença da missão de manutenção da paz da ONU, mas, ainda assim, conforme o episcopado, “os grupos armados no leste do país continuam a aterrorizar indiscriminada e brutalmente a população, principalmente por interesses de exploração de minerais”.

Milícias islâmicas no Congo

O país aparece em posição crítica no mais recente Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo, elaborado pela fundação ACN e publicado neste 20 de abril. Segundo o relatório (que você pode conferir acessando o artigo recomendado logo abaixo), a República Democrática do Congo está sofrendo “sérios desafios devidos à pobreza, corrupção, fragilidade das estruturas estatais, altos níveis de insegurança, surtos de ebola e à pandemia do coronavírus”.

Além disso, no tocante especificamente à perseguição religiosa, a ACN enfatiza que as milícias alinhadas com organizações islamistas mantêm como alvo os fiéis cristãos e seus sacerdotes e pastores.

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