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A situação na Índia arrebentou, declara superiora geral de religiosas

Situação na Índia por onda de covid-19

TAUSEEF MUSTAFA / AFP

Francisco Vêneto - publicado em 04/05/21

A religiosa diz que, em vez de apontar culpados, é preciso alimentar "uma forte vontade de ultrapassar este período"

A situação na Índia arrebentou: esta é a descrição da devastadora segunda onda de covid-19 que assola o segundo país mais populoso do planeta, conforme declaração da irmã Shirley Ninfa Fernandes à agência católica portuguesa Ecclesia.

A superiora da congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC) é natural da Índia e reside em Portugal desde 2019, quando foi eleita para o cargo diretivo. Ela contou que está sendo difícil acompanhar a situação alarmante em seu país natal, onde os casos de contágio e os óbitos por covid-19 explodiram ao longo de abril.

Para a religiosa, de nada serve ficar agora apontando culpados: é preciso alimentar “uma forte vontade de ultrapassar este período”, com paciência e entusiasmo pela vida, a fim de recomeçar.

“A situação na Índia arrebentou”

O governo geral da congregação recebe diariamente “mensagens e telefonemas” sobre a situação epidemiológica das comunidades espalhadas por quatro continentes. A irmã Shirley comenta:

“Como estamos em todo o mundo, estamos sempre recebendo informações sobre a situação. Confiamos em Deus. Nesta situação, uma vez que se trata de uma situação médica, é impossível fazermos alguma coisa. Dissemos às irmãs e aos colaboradores para tomarem todos os cuidados para evitar a infecção. Alem disso é impossível fazer mais. Procuramos dar muito aconselhamento e manter a motivação para sair da situação depressiva”.

A congregação tem mais de mil religiosas e está presente em países da Ásia, Europa, África e América.

A tragédia indiana

A Índia é hoje o epicentro mundial da pandemia de covid-19, com números alarmantes de novos contágios que já romperam nesta última semana a barreira dos 400.000 em 24 horas.

Os registros oficiais apontam cerca 220 mil mortos, mas praticamente todas as agências de informação ressaltam que, devido a uma taxa descomunal de subnotificação, o número real de óbitos já pode estar próximo de 1 milhão. Esta é também a estimativa levantada por um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

A respeito da subnotificação, Ramanan Laxminarayan, diretor do Centro de Dinâmica, Economia e Política de Doenças na capital indiana, Nova Déli, declarou conforme reportado pela rede CNN:

“É amplamente conhecido que tanto os números de casos quanto os números de mortes são contados a menos. Sempre foram. No ano passado, estimamos que apenas 1 em cerca de 30 infecções foi detectada por meio de testes. Os casos relatados são uma subnotificação séria do número verdadeiro de infecções. Desta vez, os números de mortes são provavelmente subnotificações graves, e o que estamos vendo é muito mais mortes do que o que foi oficialmente relatado”.

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