Maior conglomerado de clínicas de aborto do mundo, a rede International Planned Parenthood Federation/Western Hemisphere Region (IPPF WHR) pagou jornalistas para lançarem uma "lista negra" de conservadores pró-vida na Argentina e apresentá-los ao público local como se fossem alvos de uma ampla investigação por práticas criminosas. Seu "crime", em todo caso, é a defesa da vida humana contra os interesses econômicos e ideológicos que promovem o aborto e outras formas da cultura da morte, do relativismo e do descarte, vigorosamente denunciadas pelos Papas São João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
O grupo de jornalistas, se é que esse raivoso ativismo persecutório pode ser chamado de jornalismo, divulgou a sua "lista negra" num site chamado reaccionconservadora.net ("Reação Conservadora"), que foi lançado no domingo, 13 de junho, mas retirado do ar já na segunda, 14, após uma retumbante rejeição nas redes sociais e uma enxurrada de críticas que o comparavam à Gestapo, a truculenta polícia secreta da Alemanha nazista que monitorava e perseguia os oponentes do regime.
De fato, a hashtag #LaGestapoArgentina começou rapidamente a viralizar no Twitter.
O site persecutório, hipocritamente apresentado como veículo democrático, reunia fotos e dados biográficos de cerca de 400 cidadãos, todos elencados basicamente por rejeitarem a nova legislação pró-aborto no país e por se posicionarem contra pautas enviesadas como as tentativas de imposição da ideologia de gênero. O site também permitia pesquisar os nomes por região da Argentina ou por áreas de atuação, tais como "jovem influenciador", "líder religioso", "legislador", "funcionário público" ou "porta-voz", no caso de pessoas físicas, e "meio de comunicação", "ONG", "partido político" ou "think tank" no caso de organizações.
Entre estas últimas eram mencionadas, por exemplo, entidades como os Advogados pela Vida, os Médicos pela Vida, a Frente Jovem, a Aliança em Defesa da Liberdade, a Conferência Episcopal Argentina, a Faro Films e a Unidad Provida.
Já entre as pessoas físicas da "lista negra" havia deputados e senadores contrários à legislação pró-aborto: a narrativa do site os acusava de serem "anti-direitos". Também eram elencados religiosos de diversas denominações cristãs, juízes, advogados, cientistas políticos, jornalistas e médicos, por exemplo.
Com chamativa frequência, a Planned Parenthood é acusada de práticas ilegais ou, pelo menos, muito questionáveis do ponto de vista ético. Recorde alguns escândalos recentes:
A respeito do papel da International Planned Parenthood Federation/Western Hemisphere Region (IPPF WHR) na elaboração da "lista negra" de conservadores pró-vida na Argentina, o jornal elDiarioAR publicou:
Os seis jornalistas responsáveis pela criação da "lista negra" são cinco mulheres, Ingrid Beck, Flor Alcaraz, Paula Hernández, Paula Rodríguez e Soledad Vallejos, e um homem, Juan Elmanque. Após as sonoras vaias que mereceram nas redes sociais, eles restringiram o acesso do público aos seus perfis no Twitter - e alegaram, pasmem, que eram eles os que estavam sendo perseguidos.
Ricardo López Murphy, ex-ministro argentino da Defesa e da Economia, resumiu o que era essa "lista negra":
Ele também comentou sobre os membros desta assim chamada "Gestapo argentina":
Tempos sombrios. Tempos hipócritas. Tempos de ódio.
Com informações de Esteban Pittaro para Aleteia em espanhol e da agência em espanhol ACI Prensa