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Jacques Fesch: o assassino convertido que poderá ser beatificado

JACUQES FESCH

JOEL ROBINE / AFP

Reportagem local - ACI Digital - publicado em 01/07/21

Mas como pode um criminoso condenado à morte se tornar santo?

Jacques Fesch é um assassino convertido que está para ser beatificado. O francês foi condenado à morte por homicídio em 1957. Na prisão, encontrou com a misericórdia divina, converteu-se e se entregou nas mãos de Deus.

Mas como pode um criminoso se tornar santo?

“Declarar santo a alguém não significa para a Igreja admirar os méritos dessa pessoa, mas propor um exemplo da conversão de alguém que, independentemente de sua caminhada humana, foi capaz de ouvir a voz de Deus e se arrepender. Não há pecado tão grave que impeça o homem de chegar a Deus, que lhe propõe a salvação”, disse o então arcebispo de Paris, cardeal Jean Marie Lustiger, quando abriu formalmente a causa de beatificação de Fesch em 1993.

Quem é o assassino convertido que poderá ser beatificado

Jacques Fesch nasceu em 6 de abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye, França. Era filho de um banqueiro de origem belga, ateu, que viveu distante dos filhos e se divorciou da esposa. Fesch foi educado na religião católica por sua mãe, mas abandonou a fé aos 17 anos.

Depois de combater pelo exército francês na Alemanha, voltou para França e se casou com Pierrette Polack, que estava grávida dele. Eles tiveram uma filha. Fesch, entretanto, tinha outras mulheres e teve outro filho, que foi para um orfanato.

Depois de trabalhar por um tempo em um banco, Fesch decidiu abandonar tudo, inclusive a família e comprar um barco para viajar pelo mundo. Sem dinheiro, decidiu assaltar uma casa de câmbio em 25 de fevereiro de 1954. Como o cambista reagiu, o jovem o atingiu com duas coronhadas na cabeça.

Ao fugir, deparou-se com o policial Jean Vergne, de 35 anos, viúvo e pai de uma menina. Fesch matou o policial com três tiro, foi preso e, em 1957, condenado à morte.

A conversão de Jacques Fesch

Na prisão de La Santé, dizia que não era um homem de fé.

Na noite de 28 de fevereiro de 1955, Fesch teve sua conversão. “Estava deitado, olhos abertos, realmente sofrendo pela primeira vez na vida. Repentinamente, um grito saiu de meu peito, uma súplica por ajuda – Meu Deus – e, como um vento impetuoso que passa sem que soubesse de onde vem, o Espírito do Senhor me agarrou pela garganta. Tive a impressão de um infinito poder e de uma infinita bondade que, daquele momento me fez crer com convicção que nunca estive abandonado”, contou no livro que ele próprio escreveu.

Jacques Fesch se encantou por São Francisco de Assis, Santa Teresa De Ávila e Santa Teresinha do Menino Jesus, a quem chamava “minha pequena Teresa”. Na prisão, dizia que havia duas formas de se viver: rebelar-se contra a própria situação ou adotar um estilo de vida monástico. Ele optou pela segunda. De sua cela, transmitia sua fé a muitos por meio de cartas.

Em uma de suas cartas a um amigo, contou: “Acabo de receber a comunhão, é uma grande alegria! ‘Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim’”. E em outro trecho disse que passou a ter “realmente a certeza de começar a viver pela primeira vez. Tenho a paz e um sentido na vida, ao passo que antes não passava de um morto-vivo”.

Palavras de fé antes da morte

Quando a data de sua decapitação foi marcada, Fesch decidiu aguardar por este momento em paz e oração, enxergando-a como uma forma de santificação. “Que cada gota do meu sangue apague um pecado mortal”, escreveu em seu diário.

Na véspera da execução, escreveu: “Último dia de luta. Amanhã, nesta hora, estarei no Paraíso. Que eu morra, se essa for a vontade do bom Deus. A noite avança e eu fico cada vez mais apreensivo. Meditarei na agonia do Senhor no Horto das Oliveiras. Oh, bom Jesus, ajudai-me, não me abandoneis. Mais cinco horas, e estarei na verdadeira Vida. Mais cinco horas, e eu verei Jesus!”.

No dia 1º de outubro de 1957, Jacques Fesch morreu guilhotinado. Quando os guardas chegaram à sua cela para buscá-lo, encontraram-no de joelhos, em oração, ao lado da cama arrumada. Suas últimas palavras foram: “Senhor, não me abandone, eu confio em Ti”.

Com informações de ACI Digital

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