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Câncer e covid: carta de jovem pai de 31 anos emociona o Brasil: “lutei até onde pude”

Raphael Voltan enfrentou câncer e covid

raphaelvoltan | Instagram

Reportagem local - publicado em 24/08/21

A união da família de Raphael fez toda a diferença emocional e espiritual na batalha árdua que todos lutaram juntos

A carta de um jovem pai de 31 anos, que enfrentou câncer e covid, tem emocionado o Brasil:

“Amo vocês. Lutei até onde pude. Cuide do Rhavi, eu amo muito ele, todos vocês, fiquem com Deus”.

A família de Raphael Melo Voltan recebeu, no dia da sua morte, a mensagem que ele havia escrito de próprio punho durante o isolamento no hospital. O registro por escrito do amor do jovem pela família e, em especial, pelo filho de 1 ano, foi um bálsamo para aliviar a dor da despedida em meio às estritas limitações impostas pela pandemia.

Ele havia sido internado em 29 de julho com dificuldades para respirar, embora não estivesse contaminado pela covid-19. Recebeu alta em pleno dia dos pais, mas, na mesma semana, outro teste confirmou que ele havia contraído o coronavírus. Precisou ser internado no dia 11 de agosto, com febre e falta de ar. Ficou em isolamento sem poder ser intubado por causa dos tumores que tinha no peito. Como os pulmões já estavam muito debilitados, ele infelizmente não pôde resistir.

Câncer e covid

Raphael havia feito campanha, recentemente, para comprar um medicamento de 360 mil reais a fim de tratar o câncer que se espalhava pelos pulmões, pâncreas e rins. Como não tinha convênio médico, todo o tratamento precisava ser feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em uma das consultas médicas, porém, ele recebeu a dura notícia de que todas as opções disponíveis pelo SUS já tinham sido esgotadas.

Pouco tempo depois, Raphael ficou sabendo da existência de um tratamento realizado com o remédio Pembrulizumab. O custo dessa medicação, no entanto, se aproximava dos 400 mil reais. Foi para poder comprá-lo que o jovem deu início à campanha online de angariação de donativos.

Mesmo com todo o sofrimento da batalha contra o câncer e das muitas dificuldades para levantar o dinheiro necessário ao tratamento, Raphael procurou sempre ficar próximo da família e ser o pai mais presente que podia ser, conforme os relatos de Estela, a namorada que estava grávida de 7 meses quando o jovem descobriu a doença.

“Ele fazia tudo pelo Rhavi, o amava muito. Era uma pessoa alegre, engraçada. Podia estar fraco, mas fazia questão de estar junto. Amava os amigos e a família. Ele foi muito grato pelo que fizeram para ele. Graças às pessoas que ajudaram, ele pôde fazer o tratamento. Os pais dele, Dilma e Rubens, sempre estiveram com ele. Ele lutou muito por nós”.

A força da família

De fato, Dilma fez questão de estar ao lado do filho durante toda a batalha contra o câncer, um linfoma não-Hodgkin, enquanto Estela cuidava do bebê. Foi a mãe de Raphael quem guardou a carta que o rapaz escreveu no hospital São Vicente, de Jundiaí.

Em entrevista durante o tratamento, Raphael havia declarado sobre a família:

“Eles acompanharam e se preocupavam comigo desde quando descobri. Isso faz você mais forte. Sua família, seus amigos estando ali, sempre querendo seu bem, mandando mensagem. Meus amigos sempre me deram esperança. Minha mãe, meu pai e familiares sempre ao meu lado, preocupados com isso”.

Não custa lembrar que, para os católicos, visitar e acompanhar os enfermos é uma obra de misericórdia. O efeito do carinho e do amor é de fundamental importância para o doente, e, mesmo nos casos em que não há mais a possibilidade da cura física, o bálsamo espiritual e emocional de contar com a família tem valor imensurável.

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