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Jovens são mais suscetíveis ao impacto do distanciamento social

BOY, SCHOOL, CAR

mooremedia | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 31/08/21

Estudo britânico sugere que efeitos na saúde mental de crianças e adolescentes é subestimado

Enquanto a vacinação em São Paulo está aberta a adolescentes entre 12 e 17 anos, dada a reputação dos jovens de espalharem o vírus, a Irlanda do Norte divulgou um relatório realizado pela comissionária NICCY, órgão defensor dos direitos de jovens e crianças, que revelou que 52% dos jovens sentiu que sua saúde mental e emocional piorou durante a pandemia. Por causa de uma crise sanitária histórica, crianças e adolescentes estão tendo de abrir mão das trocas de informações, de referências e de afeto do convívio social, fundamentais para um desenvolvimento afetivo e cognitivo saudável. Embora as medidas de restrição para contenção do vírus sejam um mal necessário, como salienta o documento.  

Novo e melhor normal

Ainda não é possível prever a longo prazo os efeitos do distanciamento social sobre os jovens, mas já se pode aferir um impacto no presente, como atesta o documento composto a partir de 4.385 jovens intitulado A New and Better Normal (“um novo e melhor normal”, em inglês). O que é perfeitamente compreensível, dado que os jovens, especialmente os adolescentes, estão definindo sua identidade a partir do convívio social, e com os hormônios à flor da pele, o que torna mais difícil segurá-los em casa. “O impacto de longo prazo da pandemia na saúde mental de crianças e jovens tem o potencial de ser significativo, especialmente se o apoio e a intervenção apropriados não forem fornecidos”, escreveu Koulla Yiasouma, comissária da NICCY, no relatório. O estudo avaliou os entrevistados sob quatro aspectos: educação, bem-estar e saúde física e mental.

Atenção insuficiente

O documento aponta que teria sido dada “atenção insuficiente” ao impacto que o contexto de pandemia traria a crianças e adolescentes. “O risco de aumento de problemas emocionais ou comportamentais em crianças menores devido à pandemia é uma preocupação”, afirmou Koulla Yiasouma. Foram observados efeitos significativos da pandemia pela suspensão de serviços presenciais para bebês de até três anos, sobre jovens com deficiência física, relatos de crianças que ficaram sem atendimento médico, uma vez que toda a mão de obra médica foi direcionada para o enfrentamento do vírus,  e o caso de um jovem que tornou órfão pelo Covid-19 e careceu de apoio. 

Estigma

Um fator que estaria sendo particularmente estressor sobre os jovens é o estigma que eles carregam de serem os maiores disseminadores do vírus e de estarem prolongando a pandemia. O texto afirma que, pelo menos na Irlanda do Norte, foram emitidas apenas 585 notificações de infração dos protocolos para menores de 18 anos, o que é um número baixo para um país que faz fiscalização. No Brasil, as imagens de jovens sem máscara em aglomerações e festas clandestinas divulgadas pela mídia sugerem que teríamos emitido um número um tanto maior de advertências. Em um momento como o atual, o jovem precisa de atenção e assistência, acompanhamento psicológico profissional quando necessário e, principalmente, paciência, para colaborar com que todos saiam da pandemia o mais rápido possível. 

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