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Instituto canadense lança ferramenta pela conscientização ambiental

OROVILLE

JOSH EDELSON | AFP

Octavio Messias - publicado em 22/10/21

Site This Climate Does Not Exist simula queimadas, furacões e enchentes em diversos lugares do mundo

Quando falamos em aquecimento global, a imagem mais imediata que formamos é a de um futuro desértico e, ainda assim, costuma ser uma imagem bem abstrata, de um futuro distante. Mas as projeções dos cientistas mostram que, se iniciativas substanciais não forem tomadas, teremos maiores incidência, não só de secas como de todo tipo de fenômeno ambiental, como furacões, queimadas, tempestades e enchentes, nas próximas décadas. 

Para deixar as perspectivas mais realistas menos abstratas, o Instituto de Inteligência Artificial de Québec (Mila), no Canadá, formou um corpo de 30 cientistas de ponta para que qualquer um possa visualizar, na prática, como ficariam diferentes lugares do mundo sob a iminência de uma catástrofe climática. A plataforma foi aberta ao público nesta quinta-feira a partir do site: thisclimatedoesnotexist.com.

Times Square debaixo d’água 

Desenvolvida em dois anos, a ferramenta foi nomeada, de maneira provocativa, This Climate Does Not Exist (Este Clima Não Existe), e tem chamado a atenção da imprensa ao redor do mundo com imagens chocantes, por exemplo, da Times Square, em Nova York, debaixo d`água, ou da Avenida Paulista, em São Paulo, sob uma tempestade de areia. 

Para utilizar a plataforma, basta digitar um endereço ou selecionar um ponto no Google Street View (se o endereço não existir no banco de dados, o mais próximo será sugerido). Aí o usuário escolhe o tipo de fenômeno (tempestade, incêndio descontrolado, nuvem de poluição etc.) que gostaria de visualizar naquele local. Representações tão realistas são possíveis graças a um algoritmo de aprendizagem automática chamado Rede Adversária Generativa (GAN).   

Informação

Ao selecionar a catástrofe que deseja visualizar, o visitante navega por uma sequência de informações sobre o que desencadeia aquele fenômeno específico. Por exemplo, ao digitar queimada, aparece uma introdução com dados como que 40% da Floresta Amazônica corre o risco de se tornar uma savana. Que só em 2015 foram queimados 980 mil quilômetros quadrados de florestas no mundo, o que equivale a 1,5 da área total da França. Ou que geraram 1,8 gigatons em emissões de CO2 em 2019, quase o equivalente a todos os voos realizados no mundo. 

Em seguida aparece uma relação de riscos e impactos, explicando por que todos deveriam se importar. Feita a simulação, aparece a opção What now? (“e agora?”, em português), em que o visitante recebe mais uma enxurrada de informações, como que estamos nos últimos 8% de emissões de carbono até que a Terra comece a esquentar até 1,5º C. Ou que já nos primeiros 8 meses de 2020 o planeta já ultrapassou sua meta de emissões anual.

Por fim, o site relaciona uma série de ações que cada um pode tomar para ajudar a conter futuras catástrofes, como espalhar informação, algumas ferramentas para engajamento em ações coletivas, além da revisão de hábitos de consumo e medidas diárias com que cada um pode individualmente fazer a diferença.

A crise climática é um fato e quanto antes nos conscientizarmos e fizermos a nossa parte, melhor será para as próximas gerações.

Em setembro, o Papa Francisco voltou a falar da crise ambiental que a humanidade atravessa. Com destaque para “os jovens [que] têm coragem de empreender projetos de melhoria ambiental e social”, o Papa convidou a questionarmos a forma como vivemos e utilizamos os bens materiais do planeta – “muitas vezes nocivos à Terra”. Ele pediu que avancemos rumo “a estilos de vida mais sóbrios e ecossustentáveis”. 

Tags:
Meio ambientePapa FranciscoSaúde
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