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Tédio social: mais uma sequela da pandemia a ser superada

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Pascal Deloche / Godong

Ricardo Sanches - publicado em 25/11/21

Você já reparou que as pessoas as pessoas estão mais apáticas, sem paciência de se relacionar umas com as outras, intolerantes e agressivas?

A pandemia da Covid-19 parece ter evidenciado um fato que há muito se observava, principalmente nas redes sociais: as pessoas estão mais apáticas, sem paciência de se relacionar umas com as outras, intolerantes e agressivas. Os especialistas, inclusive, chamam este fenômeno de tédio social.

Quer um exemplo? Acesse a página do Facebook do seu veículo de comunicação preferido (pode até ser a da Aleteia). Se você navegar pelos comentários de algumas publicações, terá exemplos muito claros do que estamos falando. Entretanto, prepare-se para enfrentar uma avalanche de posts mal educados e sem nenhum tipo de respeito pelas opiniões diferentes e exarcebando, inclusive, a polarização das ideias sobre determinado assunto.

Mas o tédio social não é exclusividade das redes sociais. Veja o trânsito da sua cidade: as pessoas não têm mais paciência de esperar o semáforo abrir, e ainda brigam com quem espera a luz verde!

O tédio social

O jornal El País publicou uma reportagem sobre o tédio social, que pode ser considerado uma sequela da pandemia.

Eli Soler, uma psicóloga ouvida pelo jornal explicou: “Depois deste longo período de pandemia, embora pareça que finalmente começamos a ver a luz e deveríamos ter muita vontade de nos relacionarmos, existe um estado de apatia social generalizada. A situação de confinamento minou o moral de muitas pessoas. Algumas até se acostumaram com o pouco contato social e afirmam que têm preguiça de voltar a se relacionar”.

A psicóloga ainda abordou a questão do confinamento como um fator de potencialização das emoções. Com isso, as consequências foram catastróficas. “As redes sociais foram uma janela externa para a vida social, mas em muitas ocasiões foram usadas mais como via de escape do que como ferramenta social funcional.”

As pessoas estão mais chatas?

Ao ver o mundo e as pessoas somente através das telas, muitos perderam a empatia. E que falta essa virtude nos faz!

Um amigo meu outro dia me perguntou: “você acha que as pessoas ficaram mais chatas depois da pandemia?”. Eu lhe respondi: “acho que sim, inclusive eu fiquei ainda mais chato”.

Mas, calma aí: isso não significa que a pandemia me fez sair por aí xingando todo mundo. Pelo contrário! Eu me identifico totalmente com o que a psicóloga falou assim. Tenho ficado mais em casa e manifestado certa “preguiça”(não no sentido pecaminoso da palavra) em encontrar pessoas.

Porém, me vejo mais chato do que intolerante. Por isso, às vezes, prefiro manter a distância. Não quero que a minha chatice vire antipatia ou dê espaço para alguma atitude desrespeitosa, que machuque os outros.

Voltar a relacionar

Sei que essa minha atitude não é a mais recomendada (minha terapeuta ficará feliz por mim), pois o tal tédio social pode até virar uma fobia. Portanto, não me tome como exemplo!

Mas acredito, realmente, que, com o avanço da vacinação, a redução do número de casos de Covid e a flexibilização das medidas preventivas, as pessoas devem, gradualmente, a voltar a ter mais contato com os outros. No meu íntimo, não vejo a hora de sentir essa necessidade.

O contato social faz um bem danado para a nossa saúde mental. Somos seres sociais, dependemos uns dos outros. É por isso que, nesta retomada, também é nossa missão, como cristãos, tentar fazer as pessoas enxergarem novamente a beleza do respeito, da empatia e da harmonia em todos os relacionamentos. Vamos juntos?

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