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Fidel Castro foi excomungado por João XXIII?

POPE John Paul II

POOL | AFP

Ary Waldir Ramos Díaz - publicado em 03/01/22

O cardeal Capovilla fala sobre a aproximação entre Estados Unidos e Cuba, além do papel desempenhado pelos papas Francisco, João Paulo II e Bento XVI no processo

“Antes de falar sobre sabedoria diplomática, quero falar sobre uma grande ação humanitária e cristã do Santo Padre e de seus colaboradores”, disse o cardeal Loris Capovilla, secretário de João XXIII, quando chegou a notícia, em 1959, da Revolução liderada por Fidel Castro em Cuba.

De acordo com a lenda, neste 3 de janeiro Fidel Castro completaria 53 anos do recebimento da sentença de excomunhão imposta por João XXIII. De fato, a notícia se espalhou, sem levar em conta as visitas a Cuba de João Paulo II, em janeiro de 1998, e Bento XVI, em março de 2012.

Excomunhão

“Nem João XXIII nem seus sucessores excomungaram Fidel Castro”, disse o cardeal Capovilla. “Fidel Castro”, continuou ele, “recebeu João Paulo II com grande respeito e, depois, Bento XVI”, e “apertar as mãos e olhar nos olhos um do outro” serviu para ir mais longe e dar “passos à frente que o mundo recebeu com alívio”.

O jornal italiano Il Corriere della Sera entrevistou o cardeal Capovilla, 99 anos, secretário do então “Papa Bom”, que recebeu com angústia a notícia de que missionários e freiras estavam fugindo da Ilha durante a Revolução Cubana.

O cardeal lembra, na entrevista publicada em 19 de dezembro, que o cardeal Domenico Tardini, secretário de Estado de dezembro de 1958 a julho de 1961, e o próprio Papa lamentou a atitude dos religiosos: “não se foge, é preciso resistir ali”.

“Um religioso não abandona o campo para onde o Senhor o enviou”, disse ele, acrescentando: “se nos pegam, temos que ir para a prisão, mas um religioso não pode dizer: ‘Estou indo embora, não fico mais'”.

Santa Sé

Após 56 anos, a Santa Sé mais uma vez desempenha um papel decisivo nessa história. “Vejo o sol de um dia que promete coisas melhores para a humanidade”, diz o prelado, memória viva de circunstâncias menos felizes para a Igreja e para a diplomacia da Santa Sé durante a disputa entre Cuba e os Estados Unidos.

O experiente cardeal comenta as notícias de 17 de dezembro sobre a aproximação de Havana e Washington: “Isso se deve aos nossos pontífices e a todos os homens de boa vontade que foram capazes de interpretar o pensamento preponderante da Igreja”, baseado na “paz entre as nações”.

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comunismoDiálogoHistória
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