Em sua rede social, o pe. Zezinho falou da precipitação de quem se se sente desvalorizado ou injustiçado: essas pessoas, muitas vezes, não têm a paciência de seguir em frente com perseverança e acabam “queimando seu filme” no afã de brilhar.
Eis o comentário do sacerdote:
“Padres e psicólogos lidam com isso todos os dias. Pessoas felizes deixam claro que se sentem valorizadas. Pessoas insatisfeitas, até quando caladas, não conseguem esconder que, por alguma razão, sentem-se injustiçadas.
Sentem que têm valor, mas um grupo de fé, ou de clube, ou companheiros de profissão, não as valoriza. Pior ainda no casamento!
A razão de mudanças de igreja, de comunidade religiosa, de time, de família, de trabalho, de partido, de profissão, de cidade ou de país está patente ou latente na decisão: não foram devidamente valorizados: o outro venceu, foi mais votado, ou ficou em terceiro ou quarto lugar… Não dizem, mas vão embora porque alguém pegou a taça, quando o primeiro lugar deveria ser deles! Não esperam meses ou anos para receber algum reconhecimento”.
A paciência de Jesus e Maria
Alertando contra a precipitação, o pe. Zezinho prosseguiu:
“Imagino que em Nazaré da Galileia muita gente não deu o devido valor para Jesus ou para sua mãe Maria. Se tivessem sido apressados, talvez tivessem mudado para Tiro, Sídon ou Jerusalém! Mas continuaram em Nazaré por trinta anos. A mudança veio porque Jesus foi anunciar que o Reino do Céu já estava presente desde João Batista! Como não tinham tais vaidades, não se queixaram, e Jesus e sua mãe mudaram para Cafarnaum. Decisão de Jesus, seguida pela mãe Maria”.
“Queimaram o filme no afã de brilhar”
Ainda em referência à precipitação dos impacientes, o pe. Zezinho comparou a vida com uma rodovia na qual o que importa é chegar bem:
“Conheci muitos cidadãos apressados que queimaram seu filme no seu afã de brilhar e ser aplaudidos. Melhor oportunidade é uma coisa, buscar brilho e fama é outra. Talvez uns meses a mais, o reconhecimento viria. Tinham valores marcantes, mas seu coração apressado concluiu que tinha sido passado para trás.
A vida é uma extensa rodovia. Muitas vezes alguém nos supera e nos deixa para trás. Mas, trinta minutos ou três horas depois, ganhamos a corrida, que para nós nem corrida era. Tínhamos seguido em frente! Simplesmente continuamos e chegamos com tanque semicheio. Motivo: não demos 150 ou 140 km/h!”.