Exausta pela viagem de quase três horas por nossa extensa diocese no norte do estado de Nova York, tomei o meu assento na catedral. Era uma tarde quente de verão e eu estava ansiosa porque, pela primeira vez, passaria um tempo em adoração a Nosso Senhor juntamente com outras mães, avós, irmãs e tias. O único propósito era rezar pelas vocações.
Nós nos chamamos de “Mães de Lu” e nos encontramos para uma Hora Santa todos os meses, a fim de rezarmos por mais padres e religiosos para nossa diocese e outras comunidades.
Há uma crise vocacional na Igreja Católica. Entre 1970 e 2020, o número de padres diocesanos nos Estados Unidos passou de aproximadamente 37.000 para 25.000. O número de ordenações sacerdotais caiu quase pela metade: de 805 em 1970 para 495 em 2020.
Nossa diocese não é exceção. O pior é que muitos padres atingem a idade da aposentadoria nos próximos anos, e o fluxo de novos padres está diminuindo.
Fotos: Katie Gillio
Um de nossos diretores vocacionais diocesanos, Pe. Peter VanLieshout, preocupado com o declínio do número de padres, leu sobre as Mães Italianas de Lu em um blog católico e compartilhou a história com algumas das mulheres de nossa diocese.
As famílias da pequena aldeia de Lu, na Itália, reconheceram uma crise nas vocações ao sacerdócio em 1881. Estavam cansadas por não haver sacerdotes suficientes em sua região para atender às necessidades espirituais e sacramentais de suas famílias. Sob a orientação de um padre local, Monsenhor Canora, as Mães de Lu começaram a rezar.
Essas mães se comprometeram com a adoração semanal ao Santíssimo Sacramento para pedir a Nosso Senhor que produzisse vocações dentro de suas próprias famílias. Elas também recebiam regularmente a Sagrada Comunhão por esta intenção.
O Senhor abençoou abundantemente o esforço dessas mulheres. Nos 65 anos seguintes, surgiram da pequena Lu 323 vocações — 152 padres e 171 freiras.
Inspiradas por esta história, várias mulheres procuraram estabelecer um grupo semelhante em nossa diocese. Apoiadas tanto pelo Pe. VanLieshout e outro padre chamado White, as mães, avós, tias e irmãs de Rochester se reúnem fielmente todos os meses para orar pelas vocações. Apesar da agitação da vida familiar, escola ou homeschooling, empregos e a miríade de distrações cotidianas, elas se mantêm fiéis ao compromisso que fizeram.
Fotos: Katie Gillio
Durante a Hora Santa, as mulheres rezam o Terço pelas vocações, uma oração particular do grupo, ouvem uma reflexão lida por um padre local, rezam em silêncio e recebem a bênção do Santíssimo Sacramento.
Além da adoração mensal, essas modernas “Mães de Lu” rezam um terço semanalmente diante do Santíssimo Sacramento e recebem a Sagrada Comunhão no primeiro domingo do mês, implorando a Nosso Senhor que promova vocações dentro de suas próprias famílias.
Passar um tempo com essas mães fiéis naquela tarde agradável de verão foi maravilhoso. Fiquei inspirada com o número de mulheres que se reuniram, sua devoção a esta causa e a calorosa recepção que me deram. Também fiquei me perguntando como nossa paróquia do outro lado da diocese poderia replicar o que vi. Esta era uma área urbana com muitas mulheres que moravam razoavelmente perto da igreja, enquanto eu morava no campo. Nosso grupo rural católico de educação domiciliar, embora robusto, tinha membros espalhados por toda parte em dois condados.
Mas com o apoio de nosso pároco, e apesar de nossos desafios geográficos, mães, avós, tias e irmãs começaram a se reunir todos os meses em nossa pequena igreja para a adoração e comunhão. Algumas dirigem quase uma hora para chegar aqui. Há meses em que temos uma dúzia de mulheres, enquanto outros meses podemos ter apenas cinco ou seis. Mas todas as que vêm reconhecem a importância de passar o tempo em adoração implorando ao Senhor pelas vocações.
A ideia das “Mães de Lu” pode ser aplicada em qualquer paróquia. Certamente o Senhor, mais do que nós, quer vocações para o sacerdócio e a vida religiosa. E Ele ouve nossas orações!
Sem sacerdotes não teremos nem Eucaristia, nem Missa, nem Confissão. Mas as mulheres fiéis da diocese de Rochester estão inspirando outras, que estão prontas para fazer parte da solução – uma solução que só pode vir das famílias.
