Terroristas do famigerado grupo Estado Islâmico estão decapitando pessoas em Moçambique, voltou a denunciar a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Os casos mais recentes foram registrados em 20 e 21 de maio no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.
Trata-se de uma região invadida pelo fanáticos com particular intensidade em outubro de 2017. Desde então, os assassinos já mataram mais de 3 mil pessoas e expulsaram cerca de 800 mil, deslocando-as de seus vilarejos.
Segundo a AIS, o Estado Islâmico “parece estar a reorganizar-se localmente”, em Moçambique, depois de ter sido derrotado no Iraque e na Síria, onde os fanáticos assassinos chegaram a implantar um regime de terror durante meses nos territórios conquistados.
O comandante Vicente Chicote, da polícia de Cabo Delgado, relata que os ataques da última semana foram perpetrados nas aldeias de Quinto Congresso e Nova Zambézia, onde os terroristas muçulmanos “raptaram senhoras e decapitaram três cidadãos, seguindo depois para a zona de Nguia, onde degolaram outras pessoas”. Na sequência, “foram para a aldeia de Chicomo, onde trocaram disparos com a força local, atearam fogo a algumas casas e fugiram”.
É uma prática frequente dos terroristas, segundo o comandante: invadir aldeias, queimar as casas, roubar comida e invadir campos agrícolas, sequestrando e matando pessoas se julgarem necessário – ou se simplesmente assim decidirem.
Padres e freiras que trabalham na região denunciam que os ataques são mais graves do que as autoridades locais tentam fazer crer:
“Não foram só civis que foram decapitados, mas também militares. Isso o governo não permite divulgar, e, por isso, nós temos uma dificuldade enorme em obter informações mais precisas. Não foram só dois ou três ataques”.
Falando sob condições de anonimato por motivos óbvios, os missionários relataram à fundação pontifícia que o modo de agir dos terroristas islâmicos também mudou: antes eram grupos grandes, agora são grupos menores que conseguem se infiltrar mais facilmente nas localidades.