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Santa Sé alerta: Caminho Sinodal Alemão ameaça unidade da Igreja

Caminho Sinodal Alemão

ARNE DEDERT / DPA / DPA PICTURE-ALLIANCE VIA AFP

Francisco Vêneto - publicado em 22/07/22

"Caso as Igrejas particulares se encontrem separadas de todo o corpo eclesial, elas se enfraquecem, apodrecem e morrem"

A Santa Sé alertou que o Caminho Sinodal Alemão pode ser uma ameaça para a unidade da Igreja.

De fato, os participantes dessa iniciativa da Igreja na Alemanha já votaram a favor de “mudanças” que contradizem a doutrina católica em pontos que a Igreja sequer tem autoridade para alterar, como os sacramentos da ordem sacerdotal, do matrimônio e da Eucaristia.

Entre os exemplos de “propostas” incompatíveis com a doutrina estariam a ordenação sacerdotal de mulheres, a união homossexual e a cessão às pressões para que a Santíssima Eucaristia seja dada em comunhão a divorciados em segundas núpcias e mesmo a não católicos. Os participantes do Caminho Sinodal Alemão também pressionam pelo fim do celibato sacerdotal obrigatório. Recentemente, uma representante leiga do Caminho Sinodal Alemão chegou ao cúmulo de advogar por “mais acesso ao aborto“.

O Caminho Sinodal Alemão é basicamente um longo processo de debates entre os bispos do país, um grupo de leigos católicos e uma parcela das religiosas e dos clérigos, que discutem e lançam propostas sobre o exercício do poder na Igreja, o papel das mulheres, a moral sexual e o sacerdócio.

Dadas as várias manifestações de aberta discrepância que caracterizam o Caminho Sinodal Alemão como uma ameça à doutrina consolidada, o próprio Papa Francisco já chegou a chamar a atenção dos participantes para o risco real de romperem com a Igreja. Em entrevista publicada no último 14 de junho, o Papa contou que teve uma conversa com dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, e lhe disse que a Alemanha não precisa de duas igrejas evangélicas.

Antes ainda, em junho de 2019, Francisco já tinha enviado uma carta de nada menos que 19 páginas para os católicos do país, exortando-os a focar na evangelização para responder à “crescente erosão e deterioração da fé”. O Papa os orientou a se converterem, rezarem e jejuarem.

Neste 21 de julho, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou um comunicado oficial em que afirma:

“Para proteger a liberdade do Povo de Deus e o exercício do ministério episcopal, parece necessário especificar que o ‘Caminho sinodal’ na Alemanha não tem poder para obrigar bispos e fiéis a assumirem novas formas de governo e novas abordagens de doutrina e moral. Não seria lícito iniciar nas dioceses, antes de um acordo no âmbito de toda a Igreja, novas estruturas oficiais ou doutrinas, que seriam uma ferida à comunhão eclesial e uma ameaça à unidade da Igreja”.

O aviso prossegue:

“Como recordava o Santo Padre na sua Carta ao Povo de Deus que está a caminho na Alemanha: ‘A Igreja universal vive nas e das Igrejas particulares, assim como as Igrejas particulares vivem e florescem na e da Igreja universal, e, caso se encontrem separadas de todo o corpo eclesial, elas se enfraquecem, apodrecem e morrem’”.

O comunicado então reforça:

“Daí a necessidade de manter sempre viva e eficaz a comunhão com todo o corpo da Igreja. Espera-se que as propostas do Caminho das Igrejas particulares na Alemanha confluam no caminho sinodal que a Igreja inteira está percorrendo, para um enriquecimento recíproco e um testemunho daquela unidade com a qual o corpo da Igreja manifesta sua fidelidade a Cristo Senhor”.

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