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Se o diácono não é sacerdote, por que ele tem o “primeiro grau do sacerdócio”?

Diácono

Philippe Lissac | Godong

Reportagem local - publicado em 29/07/22

O pe. Allan explica recorrendo a uma bela comparação entre o sol, o fogo, o calor e a luz

O diácono não é sacerdote, mas participa do sacramento da ordem sacerdotal porque recebe o primeiro grau do sacerdócio. Como é isto?

Quem aborda o assunto é o pe. Allan Victor Almeida Marandola, que, em sua rede social, assim escreveu:

“Como é possível o diácono ter o primeiro grau do sacramento da ordem sacerdotal, sem, todavia, ser sacerdote?

Isso só se compreende pela doutrina da participação e da analogia do ser. Usando a já ultrapassada física medieval, dou um exemplo: o sol era considerado a fonte material máxima de luz e calor. Qualquer outra fonte de luz e calor participava de algum modo da calidez do sol. Ora, mas algumas fontes de calor apenas aquecem, enquanto outras queimam, como o fogo. Contudo, o fogo não transmite a vida. Mas pode contribuir para renová-la, como quando se ateava fogo após a colheita, para preparar a terra para uma nova plantação (não discuto a eficácia ou a ética disso)”.

O pe. Allan detalhou a comparação:

“Então, o episcopado é como o sol: é a plenitude do calor (sacerdócio/ordem), capaz de aquecer, iluminar, queimar e gerar vida (vida sacerdotal — transmitir o sacramento da ordem).

Já o presbiterato é como o fogo: ele não é a plenitude do calor, nem gera a vida (vida sacerdotal — não é capaz de transmitir a ordem), mas é fogo (sacerdócio), é capaz de queimar (oferecer o Santo Sacrifício), de restaurar a vida (absolvição dos pecados), de iluminar e aquecer.

O diaconato, por sua vez, é como uma fonte de calor menos intensa: não gera a vida (não é capaz de transmitir a ordem), não queima (não oferece o Santo Sacrifício), não prepara diretamente para a vida (não absolve dos pecados), mas é capaz de iluminar e aquecer, porque participa da luz e da calidez do sol (sacerdócio do bispo), mesmo sem ser fogo (sacerdote)”.

Prosseguindo com a sua explicação sobre o diaconato, o pe. Allan acrescentou:

“Então, o diácono participa do sacramento da ordem sacerdotal sem ser sacerdote, como uma luz que ilumina e aquece sem ser fogo.

O diácono ilumina com a Palavra e aquece (os corações) com a caridade. Deixe uma diocese sem bispo, e o sacerdócio e o diaconato aos poucos sumirão dela, assim como todo fogo e toda luz aos poucos se apagariam sem o sol.

A luz (diácono) participa da calidez e luminosidade do fogo (sacerdócio) sem ser fogo. O fogo (sacerdote) participa da calidez e luminosidade do sol (plenite da ordem sacerdotal) sem ser sol”.

O padre então finalizou:

“Hoje sabemos que há muitos sóis. Mas isso em nada prejudica o exemplo. Até o aperfeiçoa: os vários sóis são como os vários apóstolos e bispos: todos são fonte de luz, calor e vida, porque receberam isso do Criador”.

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