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A doença espiritual que muita gente tem e não sabe

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unsplash / Niklas Hamann

Steve Robinson - publicado em 01/09/22

A cada post que lemos nas redes sociais a nossa alma é assaltada com uma tentação recorrente

“Não se apresse em aceitar a ofensa de outra pessoa”, disse-me um sábio há mais de 40 anos, muito antes de a internet existir. Eu havia me envolvido emocionalmente em um assunto que tinha mais história por trás dele do que fora divulgado. 

Seu conselho parece particularmente relevante para nossa atual cultura de “indignação” nas redes sociais, que são alimentadas por nossa capacidade de divulgar ofensas ao mundo com apenas um clique.

O corolário disso é que, a cada dia, temos a capacidade de ver e ouvir sobre dezenas de situações ofensivas e questões que exigem de nós uma reação do tipo: curti, estou triste, bravo etc.

E há ainda a caixa de comentários vazia, chamando-nos para uma opinião, uma palavra sábia, uma demonstração de solidariedade, um julgamento, uma condenação, uma réplica inteligente ou condescendente, uma palavra final triunfante!

Dessa forma, a internet nos dá uma onisciência e uma plataforma que antes estavam disponíveis apenas para Deus. E a cada post que lemos, nossas almas são assaltadas repetidamente com uma tentação recorrente: curtir ou compartilhar. Fazendo isso, você será como Deus, distinguindo o bem do mal.

Uma sedução sutil

A sedução é sutil tanto para o ofendido quanto para os defensores do ofendido. Um pode se ofender (facilmente) e o outro pode se juntar (facilmente) a ele. Em ambos os casos incidem doenças espirituais.

Precisamos ficar atentos aos likes, às brigas, discórdias e turbulências. Estes são sintomas de orgulho, ego e escravidão às “paixões”. A escravidão às paixões resulta na falta de discernimento e na incapacidade de estabelecer limites espirituais e emocionais nos relacionamentos. 

É necessário saber se estamos assumindo uma causa justa e defendendo os fracos ou se estamos sendo atraídos pela indignação disfuncional e passional de outra pessoa por sua percepção de ser menosprezada, insultada, marginalizada, perseguida ou atacada. Então, mesmo que tenhamos discernido corretamente, devemos decidir se nossa resposta é sábia, útil e necessária. 

Como começamos a nos livrar de nosso vício de ser “como Deus”?

Aqui estão algumas coisas para você se perguntar antes de responder à ofensa de outra pessoa nas redes sociais (algumas delas se sobrepõem):

  • Eu sei o suficiente?

Não sei dizer quantas vezes recebi mensagens privadas dizendo: “Então, este é o resto da história”, depois de responder a uma postagem. “Quem advoga sua causa, por primeiro, parece ter razão; sobrevém a parte adversa, que examina a fundo” (Provérbios 18,17).

  • O que eu tenho a ganhar respondendo isso?

Um mergulho profundo em seu ego é o começo da sabedoria.

  • Que diferença a MINHA resposta fará? Ela é necessária?

Especialmente nas mídias sociais, onde cada comentário adicional geralmente é apenas uma repetição de respostas, do tipo: “eu também”.

  • Isso me envolve publicamente de uma forma que eu DEVO declarar uma posição ou opinião para o mundo ver? 
  • O que está me obrigando a responder a isso? Por que me sinto obrigado a expressar minha opinião?
  • O que está acontecendo em minha alma neste momento? Sinto paz ou alguma perturbação?

Pessoalmente, eu (tento) nunca pressionar o “ENVIAR” quando estou em um estado de perturbação. 

  • Qual é a pior coisa que vai acontecer se eu não responder agora, ou nunca? E, “Qual é a melhor coisa que acontecerá se eu postar esta resposta”?

Se pudermos ser honestos conosco mesmos, talvez isso nos ajude a dar um passo atrás de brincar de Deus e um passo à frente para sermos mais piedosos em nossa presença na mídia social. 

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