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Por que a ditadura de Cuba expulsou o superior dos jesuítas?

Cuba expulsa pe. David Pantaleón, superior dos jesuítas

@jesuitas.lat

Francisco Vêneto - publicado em 19/09/22

Freira denuncia: regime comunista cubano, "sem princípios e sem valores, tem medo da verdade"

A ditadura de Cuba expulsou da ilha o superior dos jesuítas, pe. David Pantaleón, negando-lhe a renovação do visto de residência no país. Um comunicado dos jesuítas na América Latina confirmou a partida do sacerdote na última terça-feira, 13 de setembro.

No domingo anterior, 11, o arcebispo de Havana, cardeal Juan de la Caridad García Rodríguez, celebrou a Santa Missa de despedida do religioso expulso pela ditadura.

A agência de notícias espanhola EFE divulgou a razão pela qual o regime ditatorial não renovou o visto do padre jesuíta: ele se recusou a cumprir uma determinação de “controlar os comentários políticos e críticos” dos religiosos jesuítas na ilha. Ou seja, ele não cedeu às ameaças e à censura do regime comunista cubano.

O próprio pe. David Pantaleón, que também era presidente da Conferência Cubana de Religiosos e Religiosas (CONCUR), já tinha enfrentado pessoalmente o sistema ditatorial em várias ocasiões. Em novembro de 2020, por exemplo, ele apoiou publicamente os ativistas do Movimento San Isidro que estavam em greve de fome e foram impedidos de receber ajuda de uma religiosa.

Os jesuítas afirmam, no seu comunicado sobre a expulsão do sacerdote, que, durante os seus cinco anos de serviço na ilha, o pe. David “acompanhou muitos religiosos e religiosas e as várias iniciativas da Conferência, incluindo o acompanhamento dos presos e suas famílias. Sua partida nos enche de tristeza, mas, ao mesmo tempo, de gratidão por todo o bem recebido por meio dele”.

A nota termina com uma exortação:

“Rezemos pelos outros companheiros do corpo apostólico da Companhia de Jesus, homens e mulheres que, em Cuba, testemunham o amor incondicional de um Deus que quer reunir todos num único povo livre de todo mal, mentira e injustiça”.

Corajosamente, a irmã Ariagna Brito Rodríguez, das Irmãs da Caridade do Cardeal Sancha, denuncioou em sua rede social a arbitrariedade do regime comunista de Cuba ao expulsar o superior dos jesuítas:

“O governo cubano, usando das suas faculdades de poder ditatorial, sem princípios e sem valores, o obriga a abandonar o país: tem medo da verdade, tem medo do rosto do bem, e a sua única maneira de proceder é livrar-se do que os incomoda. Isso não deve acontecer. Quem deve sair do país são aqueles que usam o poder para viver como reis, às custas de um povo escravo, castigado, açoitado e obrigado a fugir”.

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