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Rússia rejeita Vaticano como lugar para negociar a paz

Guerra entre Rússia e Ucrânia

DIMITAR DILKOFF/AFP/East News

Francisco Vêneto - publicado em 13/12/22

Porta-voz russa atribui contrariedade de Moscou a palavras do Papa sobre crueldade de tropas

A Rússia rejeitou o Vaticano como local para negociar a paz com a Ucrânia. A oferta de sedir as negociações tinha partido do Papa Francisco mediante o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

O pontífice já declarou em reiteradas ocasiões a disponibilidade da Santa Sé para “mediar e pôr fim ao conflito”. Ele próprio chegou a ir pessoalmente à embaixada russa junto ao Vaticano para oferecer sua mediação, ainda nos primeiros dias da guerra de Vladimir Putin.

No início desta semana, porém, o cardeal Parolin comentou com jornalistas sobre a pouca plausibilidade de que essas negociações se concretizem no curto prazo.

“Estamos disponíveis, já dissemos desde o início. Acreditamos que o Vaticano possa ser um terreno adequado. Tentamos oferecer uma oportunidade para que todos se encontrem e, ao mesmo tempo, manter um equilíbrio. Vamos conseguir? É difícil saber… Nosso desejo é o de oferecer um espaço para as partes se reunirem e iniciarem um diálogo, sem condições prévias. Cabe a eles identificar a metodologia de trabalho”.

No tocante à Santa Sé, Parolin reafirmou:

“Estamos tentando realizar iniciativas que possam levar à paz, mas são sempre confiadas à vontade das partes. Sem isso, não será possível construir, apesar dos esforços e tentativas”.

Por outro lado, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, demonstrou que existe séria contrariedade de Moscou em aceitar a oferta do Vaticano devido a palavras do Papa que o Kremlin teria considerado problemáticas:

“Depois das palavras do Papa sobre chechenos e buriates, o Vaticano não seria um lugar adequado para possíveis negociações entre representantes de Moscou e Kiev. Os irmãos chechenos e buriates não ficariam contentes. Que eu me lembre, não houve palavras de desculpas por parte do Vaticano”.

Ela se refere a uma entrevista concedida por Francisco à revista America, dos padres jesuítas, na qual o Papa afirmou que as tropas “mais cruéis” nesta guerra “talvez sejam as da Rússia, mas sem tradição russa, como as chechenas, as buriates e assim por diante”.

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