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Inteligência artificial e o Vaticano: um apelo à “algorética”

Inteligência artificial

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Daniel R. Esparza - publicado em 16/02/23

O Papa Francisco pede a promoção de uma “antropologia digital” com três coordenadas fundamentais

Em janeiro deste ano, representantes das três maiores religiões abraâmicas, judaísmo, cristianismo e islamismo, lançaram conjuntamente um apelo em favor do desenvolvimento ético da inteligência artificial (AI).

O Apelo de Roma por uma Ética da Inteligência Artificial foi promovido pela Fundação RenAIssance, do Vaticano, pelo Fórum para a Paz, de Abu Dhabi, e pela Comissão de Relações Inter-Religiosas do Rabino Chefe de Israel.

Os participantes do evento se encontraram com o Papa Francisco e com o arcebispo dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida e da Fundação RenAIssance. O texto assinado por eles pede transparência e inclusão no uso dessas ferramentas tecnológicas.

“Não é aceitável que a decisão sobre a vida e o destino de um ser humano seja confiada a um algoritmo”, disse o Papa Francisco ao receber os participantes do Apelo de Roma por uma Ética da Inteligência Artificial.

Entendendo que o cuidado com o uso ético da AI está alinhado com o conteúdo da sua encíclica Fratelli Tutti, o Papa enfatizou que a “concordância” das grandes religiões em “promover uma cultura que coloque essa tecnologia a serviço do bem comum e do cuidado da casa comum” é um exemplo para muitos outros acordos, lembrando que o desenvolvimento tecnológico deve ser colocado “a serviço da justiça e da paz em todo o mundo”.

Com a presença da inteligência artificial crescendo tanto nos espaços pessoais quanto sociais, o Papa Francisco pediu que “a algorética, ou seja, a reflexão ética sobre o uso de algoritmos, esteja cada vez mais presente não apenas no debate público, mas também no desenvolvimento de soluções técnicas”.

Ele expressou preocupação com “o uso discriminatório dessas ferramentas em detrimento dos mais frágeis e excluídos”, apontando, em particular, que o processamento administrativo de pedidos de asilo é feito principalmente por algoritmos.

Segundo Francisco, o Apelo de Roma é “um instrumento útil para um diálogo comum entre todos, a fim de promover um desenvolvimento humano das novas tecnologias”.

O Papa explicou que a forma como os representantes das religiões abraâmicas responderam a este apelo representa “um passo significativo para promover uma antropologia digital, com três coordenadas fundamentais: ética, educação e direito”.

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CiênciamoralPapa FranciscoReligiãotecnologia
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