Durante uma audiência no Vaticano na segunda-feira, o Papa Francisco incentivou a Fundação Centesimus Annus a promover a Doutrina Social da Igreja, que permite o crescimento de “sociedades dignas do ser humano”, por ocasião do 30º aniversário da organização fundada em 1993 pelo Papa João Paulo II. Prestando homenagem ao “trabalho inestimável” realizado pela fundação, ele pediu a seus membros que se comprometam com comunidades onde haja “espaço para os outros”, em particular “pessoas humildes e silenciosas”.
Em 1º de maio de 1991, no 100º aniversário da publicação da encíclica Rerum Novarum de Leão XIII, o Papa João Paulo II publicou a encíclica Centesimus Annus. Esse texto, que pedia que a doutrina social da Igreja fosse trazida à vida na sociedade contemporânea, inspirou a criação de uma fundação para promover essa mensagem, com o apoio de vários empresários e banqueiros.
A Fundação de Direito Pontifício Centesimus Annus foi instituída pelo Papa polonês com uma quirógrafo publicado em 5 de junho de 1993. Estatutariamente, a Fundação é supervisionada pelo Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), atualmente Dom Nunzio Galantino.
Doutrina Social
“O compromisso de vocês está precisamente nessa direção, nessa “tradição”: o compromisso de estudar e divulgar a Doutrina Social da Igreja, tentando mostrar que ela não é apenas uma teoria”, insistiu o Papa Francisco durante a audiência. “Para que a comunidade se torne de fato um lugar onde os fracos e os sem voz possam se sentir acolhidos e ouvidos, é necessário que todos realizem esse exercício que poderíamos chamar de ‘abrir espaço'”, insistiu.
O pontífice lembrou seus próprios textos sobre a Doutrina Social da Igreja: a condenação da economia que “mata” e a “globalização da indiferença” em sua exortação Evangelii gaudium (2013) e a crítica ao “paradigma tecnocrático” na encíclica Laudato Si’. “A proteção do meio ambiente e a proteção dos pobres são inseparáveis”, insistiu ele.
O Papa Francisco pediu que o “fundamento da comunidade seja a ética da doação e não a da troca”. Ele pediu a seus anfitriões que garantam que suas ações e reflexões nos próximos anos promovam “o crescimento de uma comunidade na qual possamos caminhar juntos no caminho da paz”.
