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Portugal celebra a derrota da eutanásia: “Matar é mais fácil e barato”

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Reportagem local - publicado em 30/05/18

"Momento criador de futuro para todos", congratula-se o Cardeal-Patriarca Dom Manuel Clemente

Após a rejeição de todos os quatro projetos de lei que procuravam legalizar a eutanásia em Portugal, votados ontem na Assembleia da República em Lisboa, o Cardeal-Patriarca da capital do país, Dom Manuel Clemente, declarou:

“É uma ocasião de congratulação por este momento forte, tão válido, da democracia portuguesa, tão criador de futuro e de bom futuro para todos”.

Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, a decisão do Parlamento mostra que é “no sentido da vida” que é necessário avançar, formando uma “sociedade realmente solidária, onde ninguém fique de fora, triste, mais fragilizado do que às vezes já está”.

Ele também reiterou a necessidade de ampliar os cuidados paliativos, para que se possa construir uma “sociedade onde todos se sintam protegidos”:

“Esse é que é o sentido do futuro, do progresso e da vida, e é exatamente aí que nos devemos encontrar como sociedade portuguesa. A vida é um bem absoluto e por isso tem de ser absolutamente protegido e promovido”.

Os quatro projetos de lei sobre a despenalização da eutanásia em Portugal haviam mobilizado o país nos dias precedentes à votação.

Dom Manuel Felício, bispo da Guarda, havia pedido “bom senso” aos deputados:

“Não se esqueçam de que estamos perante uma questão de transcendente importância, que não foi colocada ao eleitorado pelo atual quadro parlamentar”.

Matar é mais fácil e barato

O bispo da Guarda realça que os cuidados continuados ou paliativos servem para “libertar a pessoa do sofrimento quanto possível, sobretudo em situações extremas”.

“É mais fácil e mais barato dar a morte do que cuidar da vida, nestes casos”.

Para o bispo, “é legítimo exigir bom senso” porque aqui está em causa “o respeito pela vida”, e, à pergunta sobre a própria legitimidade de se legislar sobre a eutanásia, ele respondeu:

“A democracia e os regimes democráticos existem e são bem-vindos para promover o bem de todas as pessoas e de cada uma delas na sua integralidade; nunca para o contrário”.

É quando a “dar a morte a quem a pede”, será legítimo?

“Aparentemente é um ato de liberdade pedir a morte como também é respeito pela liberdade satisfazer esse pedido. A realidade, porém, é outra. Respeitar a liberdade, antes que dar a morte, é dar as condições de vida que faltam a quem pede que antecipem a morte”.

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